Um desperdício de bom sofrimento
Hellraiser merece o seu exaltado estatuto, em parte porque resulta da mesma distância da linha de produção que se encontrava nos primórdios do género, antes de este se consolidar em fórmulas consistentes.
A afirmação pode parecer — literal e metaforicamente — uma relíquia do século passado, mas os autores de livros de terror costumavam ser tratados como estrelas de rock. A explosão de popularidade do género na década de 1970, depois de um trio de improváveis best-sellers (Rosemary’s Baby, O Exorcista, Tubarão) e respectivas adaptações ao grande ecrã, criaram uma nova classe de celebridades culturais e, durante um breve mas glorioso período, qualquer pessoa que escrevesse um tijolo de 800 páginas intitulado Inferno ou Demónios podia vender dois milhões de exemplares, ser entrevistado na CNN, comprar uma mansão na Toscana e planear o seu álbum conceptual duplo.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.