Iolanda tem um disco em construção e é “uma dissertação sobre o amor”

Cura e Lugar certo são já o cartão-de-visita de uma voz e também o anúncio de um EP a lançar em 2023. Trata-se de Iolanda, que ainda há pouco actuou no MIL e este domingo estará em Marvila, na edição local da Oktober Festa, pelas 17h.

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Iolanda DR

Tem o mesmo nome de uma célebre canção de Pablo Milanés, que muitos conhecerão da versão de Chico Buarque, mas nasceu noutra era, bem mais recente. Chama-se Iolanda e, apesar de já ter passado por vários concursos televisivos (incluindo o Festival da Canção, neste caso apenas como autora), é agora procura dar forma mais nítida àquilo a que chama o seu projecto a solo e que tomará forma de um EP com seis canções, das quais já foram lançadas este ano duas em single e videoclipe: Cura (Junho) e Lugar certo (Setembro). Além disso, Iolanda participou ainda em três dos temas do primeiro álbum do colectivo Avalanche (a lançar no próximo dia 18 de Novembro), anunciado em Junho passado com um single e videoclipe da canção Assim (onde, além dela, participam Choro, Inês Lucas e Matheus Paraizo) e gravou um tema com Soluna e Luar, estreado em Julho (Contigo).

Nascida Iolanda Costa em 4 de Novembro de 1994, em São Pedro de Cova Gala, Figueira da Foz, ainda em criança passou a viver entre Pombal e o Louriçal e aos 17 anos mudou-se para Lisboa, como ela recorda agora ao PÚBLICO. “Ingressei na Faculdade, onde tirei Ciências da Comunicação, o meu primeiro curso. Sempre quis tirar um curso relacionado com cinema e audiovisuais, mas na altura não havia vagas. Inscrevi-me, por isso, em Ciências Sociais e Políticas. Ao mesmo tempo, fiz o Hot Clube [a estudar voz] mas não terminei porque, embora ouça jazz, senti que não era a minha praia e que já tinha retirado do curso aquilo que eu achava necessário.” Depois, parou um ano para escrever (o que, segundo diz, já fazia desde os seus 14 anos) e decidiu rumar até Londres para estudar composição numa escola superior de música, o BIMM Institute, onde viria a formar-se.

Esteve dois anos em Londres e voltou precisamente na altura da pandemia, primeiro para Pombal e mais tarde para Lisboa. Antes, já percorrera alguns concursos na televisão, a começar por Uma Canção Para Ti, na TVI, onde participou aos 14 anos, em 2008; e depois o Ídolos, na SIC, em 2012, aos 17 anos. Passou ainda pelo Factor X e pelas provas cegas do The Voice Portugal, em 2014. Em 2022, participou na edição do Festival da Canção como autora, co-assinando a canção Mar no fim, interpretada por Blacci, que não passou à final.

Em termos públicos, a participação no tema Crying out, de Darko, projecto de Zé Manel, que se dera a conhecer nos Fingertips (o tema integraria o álbum Overexpression, lançado em 2015), veio chamar a atenção para a sua voz e presença. “Desde essa altura que estou a fazer a minha carreira a solo, com os meus temas, e a procurar a minha sonoridade”, diz.

E tem vindo a fazê-lo devagar, single a single, até completar o primeiro EP. A canção Cura, diz ela, “significa o início de uma paixão, o voltar a curar as dores passadas. Sempre gostei muito de explorar estes temas, a dor, a mágoa, os sentimentos em relação a outras pessoas. Daí a capa do single Cura ter um coração com duas faixas, como se estivesse a curar uma dor passada através de uma amor novo, enquanto Lugar certo explora a parte mais tensa da mesma relação, simbolizada num coração com uma casa dentro, uma casa destruída. Como se fosse uma dissertação sobre o amor. Foi por aí que comecei a trabalhar estas canções.”

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Capas dos singles Cura e Lugar certo

A maior parte das canções que integrarão o EP já estão gravadas e praticamente prontas, diz Iolanda. Talvez haja um terceiro videoclipe a partir delas, mas ainda não é certo. “Porque a imagem é importante, pelo menos para mim. Gosto muito de ver as coisas por cores. Cura é vermelho, Lugar certo é azul e o terceiro single poderá ser um verde-acastanhado, muito mais terra, mais a encontrar o centro.”

Não há ainda data para o lançamento do EP, embora Iolanda aponte como a mais provável Janeiro ou Fevereiro de 2023. Até aqui, ela tem vindo a fazer apresentações em vários espaços (fez as primeiras partes de Soluna no Musicbox e no Pérola Negra e de Pedro Abrunhosa no EA LIVE Festival, entre outros), o mais recente dos quais foi o festival MIL, em Lisboa. Este domingo, 16 de Outubro, estará num dos concertos da Oktober Festa, em Marvila (Lisboa), na Fábrica da Musa, às 17h.

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