O que renasceu após 2017 não chega para apagar o medo do futuro
Há cinco anos o país era varrido por um conjunto de incêndios que devastaram a zona central e, no seu conjunto, constituíram o maior fogo do ano. Desde então recuperaram-se casas, negócios, terrenos e animais. Mas o receio da repetição de uma tragédia idêntica está sempre presente, sobretudo, pela falta de cuidado com a floresta.
Quando olha da janela da casa nova, substituta da anterior, que ardeu por completo durante os violentos incêndios de 15 para 16 de Outubro de 2017, Albina Araújo vê de novo a paisagem pintada de verde. Árvores e árvores que cobrem as encostas, renascidas do negro que pintou tudo durante meses, após os fogos da maior dimensão a que o país assistiu naquele ano. Em Oliveira do Hospital, o rosa-claro das paredes da nova fábrica da J. Guerra já não deixa lugar a qualquer reminiscência do metal e madeira retorcidos que foram tudo o que sobrou da empresa após a passagem do fogo. E nos campos em redor de Carlos Oliveira, os badalos das ovelhas bordaleiras enchem, de novo, o ar desta música tão familiar, agora tocada por novos animais que substituíram os que morreram naquela noite.
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