Bronze para Ivo Oliveira e para Maria Martins nos Mundiais de pista

Oliveira melhorou o recorde nacional na perseguição individual. Martins fez uma prova muito consistente e segurou o terceiro posto no omnium. Filippo Ganna “voou” para o recorde do mundo.

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Ivo Oliveira FPC

Ivo Oliveira e Maria Martins conquistaram, nesta sexta-feira, a medalha de bronze nas especialidades de perseguição individual e omnium, respectivamente, no Campeonato do Mundo de pista, que decorre em Saint-Quentin-en-Yvelines, França. Já é o melhor resultado de sempre nesta competição para Portugal, que no total de todas as edições soma agora cinco medalhas.

O ciclista português, de 26 anos, tem razões para estar duplamente satisfeito. É que, antes da corrida pelas medalhas, no acesso à final, batera seu melhor registo pessoal na disciplina (e recorde nacional), com 4m06,704s, que, ao início da tarde, lhe valeu o quarto lugar.

O facto de ter sido, nessa altura, oito décimos de segundo mais rápido que a melhor marca anterior era um bom indício para o que viria a seguir. Na disputa da medalha de bronze, com o britânico Daniel Bigham, Ivo Oliveira foi superior e conquistou aquela que foi a sexta medalha na especialidade, entre Europeus e Mundiais.

Oliveira tinha arrebatado a medalha de prata nos Campeonatos da Europa de 2017 e 2018, antes de se sagrar campeão continental, dois anos depois. Em Campeonatos do Mundo, foi segundo classificado em 2018, palmarés a junta o bronze desta sexta-feira, sendo que há ainda a acrescentar uma medalha de prata europeia em madison, em 2020.

Na luta pela medalha de ouro, impôs-se o favorito Filippo Ganna. O italiano, que conquistou assim o quinto título mundial na perseguição individual, não só bateu a concorrência directa, como ainda conseguiu a proeza de baixar da barreira dos quatro minutos numa pista situada ao nível do mar.

Ganna, que há menos de uma semana tinha “actualizado” o recorde da hora, desta vez pulverizou o recorde desta especialidade de pista, com o tempo de 3m59,636s, deixando bem para trás o compatriota Jonathan Milan.

"Tata” Martins e a 11.ª medalha

Pouco depois, foi a vez de Maria Martins entrar em cena no omnium. A portuguesa, natural de Santarém, provou por que razão é actualmente a grande coqueluche do ciclismo de pista português feminino, com uma prova tremendamente sólida, em que segurou o pódio praticamente desde o início.

“Tata” terminou a corrida com 99 pontos, tendo sido somente superada pela neerlandesa Make van der Duin (109) e pela norte-americana Jennifer Valente (118), com uma gestão muito eficaz da corrida nas últimas 20 voltas.

Depois de ter passado por um período mais duro, de recuperação, aos 23 anos a ciclista surge num grande momento de forma em França, que acaba por ser compensado com a 11.ª medalha internacional da carreira desde os Sub23. Ela, que até agora tinha brilhado essencialmente nas variantes de scratch e eliminação.

João Matias discreto

Na corrida por pontos, João Matias foi 15.º classificado. O ciclista barcelense, que no sábado corre o concurso olímpico do omnium, teve uma prestação discreta durante grande parte desta corrida, antes de atacar a 53 voltas do fim.

Nessa altura, conseguiu vencer o 11.º sprint, de um total de 16, mas não conseguiu fechar a volta de avanço, que o relançaria na luta pelas medalhas, e, apesar de voltar a somar cinco pontos, chegando aos 10, não conseguiu subir mais na tabela.

O grande vencedor da prova foi o neerlandês Yoeri Havik. Com 76 pontos, somados com vitórias em três sprints (cinco pontos), mais um ponto num outro, e três voltas de avanço ao pelotão (20 pontos cada), Havik impôs-se ao alemão Roger Kluge, segundo, e ao belga Fabio van den Bossche, terceiro.

É o primeiro título mundial do neerlandês de 31 anos, campeão europeu de madison em 2021, e o maior triunfo da carreira para um dos mais experientes ciclistas de pista no activo.

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