Num tempo em que havia inspectores, alguns até fidalgos

Inspector Fidalgo é “nome de guerra” de quem se aventurou na criação e resolução de enigmas policiais. Em revistas, jornais e agora em livro.

O livro é bem recente e por aí continua, nas livrarias, exposto à curiosidade dos passantes. Capa em tons azuis, título aberto a branco, uma luz de sirene a brilhar na penumbra, é nada menos do que um livro de contos policiais que traz consigo uma história, ou melhor, várias histórias. Não só as que o livro reúne, num total de 19, mas aquelas que lhes estão associadas. O livro chama-se O Inspector Fidalgo, Contos e Casos e assina-o Luís Pessoa, que entre 1992 e 2018 manteve no PÚBLICO a secção Policiário, recriada depois na revista Sábado, em 2020 e 2021. Mas já vinha de antes. Nascido em 1953, em Viseu, e colaborador no jornal A República entre 1970 e 1974, Luís Pessoa fez “nascer” o Inspector Fidalgo num outro tipo de inspecções: desde 1974 a trabalhar na Direcção-Geral das Contribuições e Impostos, foi (e isso é recordado na súmula biográfica que acompanha este livro) na sua passagem pela Repartição de Finanças do 5.º Bairro Fiscal de Lisboa que inventou tal personagem. E se inspector inventou, inspector se tornou, ao ingressar mais tarde na Inspecção Tributária e ali permanecendo até 2019. A veia policiária é que começou logo nos “anos de brasa” de 1975, primeiro no Mundo de Aventuras (aí se revelando, pela primeira vez em público, o Inspector Fidalgo), depois na Cruzadex e por fim no XYZ Magazine, de Sete de Espadas (1921-2008), figura tutelar do policiarismo nacional.

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