Alex Jones condenado a pagar 965 milhões de dólares a famílias das vítimas de Sandy Hook
Júri do Connecticut considerou Jones culpado do crime de difamação e condenou o fundador do InfoWars a pagar 965 milhões de euros às famílias das vítimas do tiroteio de 2012.
O norte-americano Alex Jones, fundador do site de teorias da conspiração InfoWars, foi esta quarta-feira considerado culpado do crime de difamação e condenado a pagar 965 milhões de dólares (cerca de 995 milhões de euros) às famílias das vítimas tiroteio na escola primária de Sandy Hook.
O veredicto foi proferido por um júri do Connecticut, no tribunal estatal de Waterbury, a cerca de 30 quilómetros da escola onde 26 pessoas, incluindo 20 crianças, foram mortas. É o segundo de três processos concluídos contra Alex Jones. No primeiro, realizado na cidade em que o Infowars e o respectivo programa de rádio estão sedeados, em Austin, Texas, foi condenado a pagar perto de 50 milhões aos pais de uma das vítimas.
Alex Jones, figura de relevo no panorama ultranacionalista norte-americano, defendeu durante vários anos a teoria de que o tiroteio teria sido uma farsa, com actores contratados para encenar a tragédia como parte de uma conspiração governamental para “tirar as armas aos americanos”.
À sentença foram ainda acrescentados danos compensatórios, com os jurados a entender que os queixosos também devem receber honorários dos advogados, ainda por determinar.
Nas considerações finais, os advogados das famílias de outra das vítimas disseram que Alex Jones lucrou durante anos com as mentiras que contou sobre o tiroteio, que aumentaram o tráfego do Infowars e impulsionaram as vendas dos produtos que vendia.
Durante esse período, as famílias sofreram uma campanha de assédio e ameaças de morte levadas a cabo pelos seguidores de Alex Jones, disse Chris Mattei, um dos representantes legais das famílias. “Cada uma destas famílias estava afogada em luto, e Alex Jones pisou tudo isso”, afirmou.
Por seu lado, o advogado de Alex Jones, Norman Pattis, contra-argumentou que os queixosos tinham mostrado poucas provas de perdas quantificáveis e apelou a que os jurados ignorassem as questões políticas subadjacentes ao caso.