No mesmo dia em que Fernando Medina entregou no Parlamento a proposta de Orçamento de Estado para 2023, 16 cidades da Ucrânia foram alvo de violentos ataques de mísseis russos, que visaram exclusivamente alvos civis. Habitações, parques infantis, universidades, museus, ruas em hora de ponta, embaixadas, centrais de abastecimento de água e de energia. O devastador ataque de mísseis (84, dos quais a Ucrânia interceptou 43) e de drones (24, 13 dos quais abatidos), desencadeado pelo Kremlin contra a capital da Ucrânia e outras cidades, decorreu às 8h00 para ter o máximo de vítimas civis. Vladimir Putin, com o descaramento demencial que o caracteriza, gabou-se do ataque, justificando-o com a explosão que danificou, no sábado passado, a ponte que liga o território russo à península da Crimeia, anexada em 2014, que ele próprio inaugurou em 2019. A ponte era fundamental para a logística militar das tropas russas — um alvo militar, que foi atacado a uma hora em que praticamente não havia trânsito. Putin classificou-o de "ataque terrorista". É difícil não classificar de terrorismo a devastação causada pelos mísseis de cruzeiro e pelos drones iranianos que visaram alvos exclusivamente civis. Sucedem-se os crimes de guerra cometidos pela Rússia na Ucrânia. Algum dia serão julgados. 

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