Líbano e Israel chegam a acordo sobre fronteira marítima

Acordo patrocinado pelos EUA, que será assinado em breve, resultará num aumento da exploração de gás na região - deixando mais gás disponível para ser exportado para a Europa.

Foto
O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, recebendo a última versão da proposta de acordo mediado pelos EUA para demarcar a fronteira marítima com Israel pelo vice-presidente do Parlamento e negociador Elias Bou Saab DALATI NOHRA/EPA

Um acordo patrocinado pelos Estados Unidos e descrito como “histórico” recebeu luz verde dos líderes de Israel e do Líbano, e espera-se que seja assinado em breve.

O acordo, que estava a ser negociado há mais de dois anos, define uma fronteira marítima e permite a exploração de gás, o que poderá beneficiar a Europa, com algum do gás que irá para o mercado interno de Israel a ficar disponível para o mercado europeu, que teme um Inverno sem fornecimento de gás russo. Essa foi uma das razões para a pressão americana sobre os dois lados.

O acordo era dado como certo, mas, na semana passada, surgiram problemas de última hora, com dúvidas em Israel sobre se os interesses do país estariam garantidos. “Este é um feito histórico que irá fortalecer a segurança de Israel, injectar milhares de milhões na economia de Israel e assegurar a estabilidade da nossa fronteira norte”, disse o primeiro-ministro israelita, Yair Lapid, citado pelo Haaretz.

O gabinete de segurança do Governo irá reunir-se amanhã para aprovar o acordo. Este “cumpre todos os princípios de segurança e económicos requeridos por Israel”, garantiu o primeiro-ministro. As dúvidas levantadas pela oposição, de Benjamin Netanyahu, ao acordo estão a ser vistas como parte da campanha eleitoral para as eleições de Novembro, não dando as sondagens a maioria a nenhum dos blocos.

Do lado libanês, o gabinete da Presidência disse que a versão final do documento recebido na véspera dos mediadores americanos “satisfaz o Líbano, vai ao encontro das suas pretensões e do seu direito aos seus recursos naturais”. No Twitter, diz ainda que o Presidente, Michel Aoun, irá levar a cabo as consultas necessárias para se preparar para o anúncio oficial da “posição nacional unificada”.

O Hezbollah, movimento xiita que lutou várias vezes contra Israel ambos travaram uma guerra em 2006 –, disse que aceitaria o que fosse decidido pelo Governo do país.

Israel e Líbano estão tecnicamente em guerra desde 1948. A chamada “linha azul”, demarcada pelas Nações Unidas depois da retirada de Israel do Sul do Líbano em 2000, serve como fronteira, que nunca foi acordada.

Sugerir correcção
Comentar