As selecções que estão entre Portugal e o Euro 2024
A equipa de Fernando Santos será a grande favorita a vencer um agrupamento recheado de “velhos” conhecidos.
Bósnia-Herzegovina
É um dos “velhos” conhecidos do grupo. Portugal e Bósnia já se defrontaram nos play-offs de apuramento para o Mundial 2010 e para o Euro 2012, ambos favoráveis à selecção portuguesa. Desses tempos, ainda resistem duas das grandes “estrelas” desta selecção balcânica, Edin Dzeko e Miralem Pjanic, mas não têm tido grande companhia. O búlgaro Ivaylo Petev é o primeiro treinador não-balcânico da Bósnia e, tal como os seus antecessores, terá de manter as chaves da equipa nas mãos de Dzeko e Pjanic, com tudo o que isso implica. Ambos já disseram que não iriam participar no particular que a federação bósnia aceitou fazer com a Rússia, a 19 de Novembro, em São Petersburgo, um dia antes do início do Mundial do Qatar. Se o jogo com os russos se mantiver, não é de descartar que Dzeko e Pjanic tenham já feito o último jogo pela sua selecção. E a Bósnia não terá substitutos à altura.
Islândia
No Euro 2016, de boas memórias para Portugal, a Islândia foi uma das sensações. Não só se qualificou na fase de grupos (onde empatou com Portugal), como conseguiu eliminar a Inglaterra nos oitavos-de-final, antes de cair com estrondo frente à França. Há muito que os islandeses deixaram de ser uma selecção “saco de pancada” na Europa e até já estiveram num Mundial, em 2018, mas estão a sofrer com a erosão da grande geração que levou esta selecção nórdica a patamares nunca antes atingidos. A selecção orientada pelo ex-médio Arnar Vidarsson ainda conta com a liderança de jogadores como Gunnarsson, o homem dos lançamentos longos, Bjarnason, médio experiente do Demirspor, ou Finnbogason, avançado com muitos anos de Bundesliga. Mas é uma incógnita se voltará alguma vez a ter Sygurdsson, que brilhou com a camisola do Tottenham e do Everton, mas que já não joga desde 2021 e está sem clube, ele que está a ser investigado por violação.
Luxemburgo
Desde sempre que nos habituámos a ver o Luxemburgo como uma daquelas selecções que está do lado errado de goleadas, mas já não é bem assim. Talvez ainda seja um passo demasiado longo assumir que os luxemburgueses consigam fazer frente à selecção portuguesa – Portugal ganhou 17 dos 19 confrontos entre os dois, incluindo todos os jogos de qualificação para o Euro 2020 e o Mundial 2022. Mas o segundo lugar do grupo não parece uma missão impossível para a selecção orientada por Luc Holtz desde 2010, formada por jogadores com rodagem no futebol internacional – como o guarda-redes Anthony Moris (Union St. Gilloise), Maxime Chanot (New York City FC) ou os três irmãos Thil (Vincent, Sebastien e Oliver). E, claro, é impossível ignorar a conexão portuguesa, representada por Mica Pinto (lateral do Sparta de Roterdão formado no Sporting), Eric Veiga (médio do Vilafranquense e internacional jovem por Portugal), ou Gerson Rodrigues, talvez a maior “estrela” do Luxemburgo, um avançado nascido em Almada que se mostrou ao serviço do Dínamo de Kiev.
Eslováquia
Ficaram com a parte mais pequena da herança futebolística da Checoslováquia, mas têm sido uma presença regular ao mais alto nível – estiveram no Mundial 2010 e nos dois últimos Europeus, 2016 e 2020, e já são “velhos” conhecidos da selecção portuguesa, com duas derrotas na qualificação para o Euro 2000, mais um empate e uma derrota no apuramento para o Mundial 2006. Os eslovacos já não terão Marek Hamsik, o seu recordista de internacionalizações e golos – ainda está no activo, mas retirou-se da selecção. Mas há qualidade nesta selecção orientada pelo italiano Francesco Calzona, antigo negociante de café que cresceu no futebol como adjunto de Maurizio Sarri. A maior “estrela” eslovaca está na defesa, Milan Skriniar, central do Inter Milão, mas não é o único com rodagem numa equipa de topo da Série A – Lobotka, médio do Nápoles, ou Gyomber, defesa da Salernitana, também são referências nesta selecção. A conexão portuguesa está no ataque, com Robert Bosenik, ponta-de-lança do Boavista emprestado pelo Feyenoord.
Liechtenstein
Há quase 20 anos, o Liechtenstein conseguiu aquele que será um dos resultados mais inesperados da sua história: em Outubro de 2004, no início das qualificações para o Mundial 2006, conseguiu empatar com a selecção portuguesa em Vaduz, chegando ao 2-2 depois de ter estado a perder por 0-2. Claro que beneficiaram do excesso de confiança dos homens de Scolari, mas essa também era uma selecção com alguns nomes reconhecíveis, como o guarda-redes Peter Jehle ou o avançado Mario Frick. Não há nada de familiar na versão presente do Liechtenstein, formada por jogadores que competem no principado ou nas divisões secundárias da vizinha Suíça. É uma das piores selecções do mundo (196.ª em 211 no ranking FIFA) e não deverá escapar ao último lugar. A medida do sucesso nesta qualificação será conseguir pontuar e marcar um ou outro golo.