Sporting deixou o trauma europeu nos Açores

Morita e Nuno Santos marcaram os golos da vitória “leonina” sobre o Santa Clara por 1-2. Adán redimiu-se do desastre de Marselha com uma grande exibição.

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St. Juste foi titular no triunfo do Sporting EPA/HUGO MOREIRA

Depois do desastre que foi o compromisso europeu a meio da semana em Marselha, o Sporting aproveitou o regresso ao campeonato para regressar às vitórias num palco que tinha sido traumático na época anterior. Em São Miguel, os “leões” bateram o Santa Clara por 2-1, graças a golos de Hidemasa Morita e Nuno Santos, e chegaram aos 16 pontos, garantindo que, pelo menos, não irão perder pontos para os primeiros. E depois do golo do japonês, foi António Adán a segurar a vantagem mínima, como que um pedido de desculpas pela sua exibição desastrada na Liga dos Campeões

Foi uma tarefa complicada para a equipa de Rúben Amorim, que tinha perdido neste campo por 3-2 na época anterior, uma derrota que, na altura, tirou o Sporting do primeiro lugar. O Santa Clara apresentou-se bastante fechado, com linhas muito juntas e com alta taxa de ocupação do seu meio-campo defensivo, dificultando a manobra ofensiva “leonina”, que se apresentou com um trio composto por Pedro Gonçalves, Marcus Edwards e Paulinho.

Os açorianos sabiam bem o que estavam a fazer e obrigavam os jogadores do Sporting a trabalho extra com desmarcações sem bola na busca de algum espaço para criar perigo. A resistência da equipa de Mário Silva durou até aos 29’, quando Marcus Edwards conseguiu manobrar pelo meio e chegou à baliza contrária em posição de remate. O britânico disparou, Gabriel Batista defendeu como pôde e, na recarga, Morita cabeceou para o fundo da baliza.

O japonês estava bem posicionado, em linha no momento do remate de Edwards, e confirmou que é um dos jogadores em melhor forma do Sporting – marcou pelo segundo jogo consecutivo no campeonato, não festejando por respeito ao Santa Clara, que representou durante duas épocas. E era um prémio justo para o domínio do Sporting na primeira parte, ao ponto de ter ficado a dever a si próprio mais um ou dois golos.

O Santa Clara esperou pela segunda parte para tentar tirar alguma coisa do jogo, e aproximou-se várias vezes da baliza “leonina”, onde estava Adán em modo redenção. Depois do colapso em Marselha, com influência directa na derrota, o experiente espanhol fechou a baliza no momento em que o Sporting passava um mau bocado. Em três momentos, Adán “tirou” a bola da sua baliza: aos 47’ defendeu um remate de Pedro Bicalho; aos 68’, voou para desviar um grande tiro de Ricardinho; aos 83’, voltou a negar o golo, desta vez a Bruno Almeida.

Os “leões” estavam nervosos, a sentir que a vantagem mínima talvez não fosse suficiente, e deram vida aos açorianos, que não perdiam nada em arriscar alguma coisa. Mas Adán foi um “monstro” na sua baliza e, depois, Nuno Santos fez o 0-2 aos 89’, com um belo remate de fora da área, com algumas culpas para o guardião brasileiro do Santa Clara – mais um golo para o ala dos “leões”, o seu quarto da temporada, também a premiar uma das exibições mais consistentes do lado “leonino”.

O golo do lateral “leonino” acabaria mesmo por ser fundamental para o triunfo, porque o Santa Clara ainda conseguiu reduzir com um golo de Tagawa no último minuto de jogo. O apito final viria poucos segundos depois, para grande alívio do Sporting, que ia deixando a vitória fugir na segunda parte, não fosse a transformação de Adán em herói. E para grande frustração do Santa Clara, que continua em zona perigosa e a precisar de pontos, mas que saiu desta derrota com boas sensações para o futuro imediato.

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