Arturo Pérez-Reverte: “Sem as guerras que vivi não me teria atrevido a escrever este livro”
Para Arturo Pérez-Reverte a actual classe política espanhola (e também a europeia) não tem um discurso político sério porque carece de argumentos intelectuais fortes. E a sociedade não está melhor. “Qualquer analfabeto, qualquer imbecil pode tornar-se viral, basta mostrar sentimentos e não razões”, diz. O seu último romance, Linha da Frente, quer ser um contributo contra as ideias maniqueístas na política espanhola.
A literatura espanhola das últimas décadas está repleta de romances que têm a Guerra Civil (1936-1939) como tema. Várias gerações de escritores — de Camilo José Cela a Javier Cercas — tentaram abordagens diferentes: do lado franquista, do lado republicano, de ambos os lados, com maior ou menor aproximação às causas e às consequências. Há alguns anos, Arturo Pérez-Reverte (n. 1951) afirmava que nunca escreveria um romance sobre a Guerra Civil de Espanha. No entanto, acabou por publicar Linha da Frente, cuja acção se concentra em dez dias durante a tristemente célebre Batalha do Ebro (aconteceu de Julho a Novembro de 1938) — a mais dura e sangrenta das que ocorreram em território espanhol, causando mais de vinte mil mortos entre nacionalistas e republicanos.
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