É a rapariga sarcástica que diz sempre a verdade — e a verdade é que Velma, uma das principais personagens de Scooby-Doo, sempre gostou de mulheres.
“Em 2001, Velma era explicitamente gay no meu guião inicial”, revelou James Gunn, que escreveu o guião dos filmes lançados em 2002 e 2004, num tweet em 2020. “Mas o estúdio não parou de o diluir e de o diluir, tornando-o ambíguo (a versão filmada), depois nada (a versão lançada) até finalmente [Velma] ter um namorado (a sequela)”.
No novo filme, Trick or Treat Scooby-Doo!, lançado esta semana na plataforma de streaming Prime Video, os criadores já representaram Velma como lésbica. E, aparentemente, muito interessada em Coco Diablo, uma designer “com óculos incríveis” que “adora animais”.
“Na verdade, pensei que era mais importante para a personagem de Velma que ela estivesse apaixonada pela vilã do filme. O facto de a vilã ser uma rapariga é apenas... bem, um facto”, disse o realizador Audie Harrison, à NPR. “Dito isto, é óptimo ajudar a normalizar a representatividade, especialmente com uma série tão conhecida como Scooby-Doo!”
A identidade sexual de Velma há muito que não era um mistério a resolver para os fãs da série, mas o novo filme não deixa dúvidas: “Ok, quem é que eu quero enganar? Eu tenho uma crush gigante, Daphne! O que é que eu faço?”, pergunta Velma.
Segundo Tony Cervone, um dos produtores da comédia animada, uma relação anterior entre Velma e Shaggy, dono e parceiro inseparável de Scooby-Doo, sempre pareceu “fora do normal” porque “era errada para Velma e ela teve sempre dificuldade em explicar porquê”, contou, no Instagram, em 2020, acrescentando que deixaram isto “tão claro quanto era possível há dez anos”.