A primeira grande sondagem da segunda volta das eleições presidenciais brasileiras, cuja primeira volta se disputou no domingo passado, atribui 51% das intenções de votos ao antigo chefe de Estado Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo o inquérito do instituto Ipec para a TV Globo, divulgado na quarta-feira à noite, o actual Presidente, Jair Bolsonaro, agrega 43% das intenções de voto dos brasileiros.

Retirando, porém, da equação as estimativas dos votos brancos e nulos e os inquiridos que não responderam ou que responderam “não sei”, a distribuição faz-se da seguinte forma: 55% para o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) e 45% para o concorrente do Partido Liberal (PL).

A sondagem do Ipec envolveu entrevistas com duas mil pessoas, realizadas entre os dias 3 e 5 deste mês. A margem de erro é de 2% e o nível de confiança do inquérito é de 95%.

No estudo anterior do mesmo instituto, realizado antes da primeira volta, e perspectivando um duelo entre os dois candidatos num cenário de segunda volta, Lula obteve 52% das intenções de voto e Bolsonaro ficou-se pelos 37%.

O antigo Presidente brasileiro (2003-2011) foi o candidato mais votado na primeira ronda da votação, realizada no dia 2, tendo obtido 48,4% do total de votos válidos, contra 43,2% logrados pelo homem que lidera o país desde 2019.

Apesar do primeiro lugar conseguido por Lula, a grande maioria das sondagens apontava para uma vantagem mais folgada sobre Bolsonaro – algumas sugeriam mesmo que o “petista” iria obter mais de 50% dos votos e vencer a eleição logo na primeira volta.

A proximidade dos resultados obtidos, a par das intenções de voto, segundo o estudo do Ipec, confirma um cenário de incerteza até à contagem dos últimos boletins na segunda volta das presidenciais, agendada para o dia 30 deste mês.

Para já, Lula sabe que conta com o apoio do terceiro e quarto candidatos mais votados na primeira ronda – Simone Tebet (4,2%) e Ciro Gomes (3%) –, assim como do antigo Presidente Fernando Henrique Cardoso.

Quanto a Bolsonaro, conta com os importantes respaldos de Romeu Zema, o reeleito governador de Minas Gerais; de Rodrigo Garcia, governador de São Paulo, derrotado na primeira volta da votação estadual; de Cláudio Castro, reeleito governador do Rio de Janeiro, e de Sergio Moro, seu antigo ministro da Justiça, recém-eleito senador pelo Paraná.

O inquérito do Ipec calculou ainda a taxa de rejeição dos dois candidatos apurados para a segunda volta. Cerca de 50% dos inquiridos disseram que nunca votariam em Jair Bolsonaro, ao passo que 40% disseram o mesmo em relação a Lula da Silva.