Pela primeira vez, há um bar português entre os 50 melhores do mundo: “um marco histórico para Portugal”
O lisboeta Red Frog cumpriu “o sonho” dos seus donos e mentores: acaba de entrar para a lista de ouro dos bares de cocktails, pronta a correr mundo: foi confirmado esta terça-feira à noite nos World’s 50 Best Bars, na 40.ª posição.
Era uma ambição pública, revelada logo em 2015, quando os senhores dos cocktails que inauguravam o Red Frog ao lado da Avenida da Liberdade, em Lisboa, diziam ao PÚBLICO: “Em três anos, queremos estar entre os 50 melhores bares do mundo.” Demorou um pouco mais, pelo meio meteu-se a pandemia, o encerramento por mais de um ano, até, no caso, a mudança da casa inicial na Rua do Salitre para uma sala “secreta” a dois passos, na Praça da Alegria. Mas o feito está aí: o Red Frog, templo da cultura da coquetelaria de luxo localizado dentro do “irmão” Monkey Mash, foi confirmado esta terça-feira à noite, numa gala realizada em Barcelona, como uma das novas entradas para o “Olimpo” destes bares: está oficialmente nos World's 50 Best Bars, na 40.ª posição.
“Um sonho realizado”, diz Emanuel Minêz, comentando a passagem para a lista mais prestigiado do mundo neste sector. Uma “motivação, uma meta atingida, como os atletas nos Olímpicos”, remata Paulo Gomes. Bartenders com muitos anos de experiência na área, com investimentos noutros espaços, a dupla de proprietários e gurus do espaço estava decidida a “revolucionar” a coquetelaria em Lisboa e, incluindo com formações e consultadoria, passa a agora a “meta” definida, colocando pela primeira vez um bar português entre os primeiros do mundo.
“Um marco histórico para Portugal”, considera ainda Minêz, realçando que é também importante para a imagem e turismo da capital e do país. “Investimos muito tempo e muito trabalho para chegar aqui”, confessa-nos.
O bar, que já tinha conseguido ser destacado na “lista b” destes prémios nos últimos anos – estreou-se em 2017 no 92.º lugar e no ano passado conseguiu segurar a 67.ª posição –, destaca-se pela aposta em “coquetelaria pura e dura”, mas a encenação do espaço também conta muito: localiza-se numa sala escondida do bar Monkey Mash, que também pertence a Minêz e Gomes.
É um ambiente de speakeasy (conceito que remonta aos bares escondidos dos tempos da Lei Seca nos EUA mas que continua em alta), reservado actualmente a apenas oito mesas e 24 clientes em simultâneo. Os cocktails, de autor, muitos com ingredientes portugueses, têm um custo em redor dor 14 e 15 euros.
Para viver a experiência, “personalizada”, é necessário reservar antes (períodos de duas horas até um grupo com um máximo de quatro pessoas), sob pena de não conseguir entrar, mesmo ficando na fila ou em lista de espera: as reservas para Outubro já estavam praticamente esgotadas esta terça-feira.
Os World's 50 Best Bars, organizados desde 2009 pela William Reed, empresa global com século e meio de história na indústria de comidas e bebidas e que se dedica a organizar eventos, conferências e conteúdos, são votados por especialistas da área (entre jornalistas, bartenders e outros profissionais dos cocktails) integrados numa Academia com cerca de 650 membros. Cada um vota nas melhores sete experiências de bar vividas nos últimos 18 meses.