Brasil: as feridas continuam abertas
Com a segunda volta à vista, com Bolsonaro levantado do tapete, com um Congresso reforçado com os seus legionários, adivinha-se uma campanha ainda mais azeda e um futuro ainda mais incerto
A incerteza dos resultados eleitorais no Brasil quando estavam contados 50% dos votos é um primeiro indício de que as feridas abertas no país com a corrupção revelada pela Lava Jato, pelo afastamento de Dilma Rousseff do poder e pelo sinistro mandato de Jair Bolsonaro, estão longe de estar curadas. A polarização agressiva que divide o Brasil, e que se manifesta com a concentração de votos nos dois principais candidatos, está para durar. Lula continua a ser o principal candidato à vitória na primeira volta (todos os indicadores o provam à hora em que este editorial se escreveu), mas a resistência de Bolsonaro vai legitimar o seu discurso golpista e adensar a nuvem de incerteza que paira sobre o Brasil.
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