A pausa no campeonato fez bem ao Sporting
“Leões” triunfam em Alvalade por 3-1 sobre um Gil Vicente que vinha com o plano errado. Morita esteve em destaque, com um golo e uma assistência.
As pausas podem ser boas ou más. Depende sempre do momento em que acontecem. E depois do que acontecera no Bessa, o Sporting precisava de uma pausa. Duas semanas depois, os “leões” apresentaram-se nesta sexta-feira, em Alvalade, revigorados e com vocação ofensiva, derrotando o Gil Vicente por 3-1 no jogo que abriu a 8.ª jornada da I Liga.
Foi um regresso às vitórias para a equipa de Rúben Amorim, que aproveitou bem os buracos na estratégia suicida dos minhotos para se aproximar, pelo menos por uma noite, do líder Benfica – os “encarnados” jogam neste sábado, em Guimarães.
Os “leões” apresentaram-se com algumas mudanças em relação ao que tem sido o plano habitual. Sem Porro e Coates, Amorim usou Esgaio na direita, promoveu à titularidade o jovem ex-Barcelona Jose Marsá – ele seria o central do meio e não esteve mal, sobretudo no passe – e fez regressar Paulinho ao “onze”, deixando Edwards no banco. Dinâmicas individuais diferentes para a estrutura habitual e perante um Gil Vicente instruído por Ivo Vieira para fazer pressão “alta” e ter a sua linha defensiva bem avançada. Um plano de risco que a história do jogo viria a mostrar ser suicida.
Os “leões” rapidamente perceberam por onde podiam entrar. Passes longos e desmarcações rápidas. Foi assim que, aos 12’, conseguiram meter a bola na baliza pela primeira vez no jogo – Nuno Santos teve espaço, fez o cruzamento, Paulinho atirou para a baliza e ainda festejou, mas estava um pouco adiantado e o lance foi anulado.
O 1-0 não iria demorar muito, contudo. Aos 16’, o Sporting volta a conseguir uma situação de superioridade numérica no ataque, Paulinho meteu a bola na área, Nuno Santos tentou um remate que acabou por ser um cruzamento e Morita só teve de encostar – foi o primeiro golo do japonês com a camisola do Sporting, mas a sua influência no jogo não ficaria por aqui.
Pouco depois do primeiro golo, aos 22’, Morita recebeu na linha do meio-campo um passe de Marsá, foi a correr até à área, manobrou perante a pressão de Tomás Araújo e esperou pela chegada de Pedro Gonçalves. Passe de calcanhar do nipónico na direcção do goleador e 2-0 para o Sporting, mais do que justo num jogo que estava a ser de sentido único. A única resposta do Gil Vicente vinha do solitário Fran Navarro, que teve duas aproximações à área “leonina”, mas perdeu sempre no duelo com Adán.
À eficácia nos primeiros minutos, seguiu-se uma tremenda demonstração de desperdício do Sporting, tantas foram as facilidades concedidas pelo Gil Vicente.
As oportunidades foram-se sucedendo, tanto na primeira, como na segunda parte. Havia circulação e ataque em superioridade numérica, mas havia sempre alguma coisa que não corria bem, quase sempre por culpa própria.
Uma hesitação, um passe a mais, um passe a menos, um cruzamento mal calibrado, um remate mal direccionado, por tudo isto o terceiro golo demorou tempo a chegar. Só apareceu aos 82’. Passe longo de Esgaio para Rochinha e o ex-Vitória, perante a oposição simbólica de Lucas Cunha, recebeu e rematou para o 3-0, “fechando” um jogo que foi demasiado fácil para o Sporting, mesmo que o Gil Vicente ainda tenha marcado no tempo de compensação, pelo inevitável Fran Navarro.
Sem favor, os “leões” podiam ter chegado aos dois dígitos nos golos marcados antes de sofrerem um no último minuto. E teria sido pouco.