Trevor Noah vai deixar de apresentar o Daily Show, sete anos depois de ter começado

O cómico sul-africano está à frente do talk show da Comedy Central desde 2015 e quer dedicar-se mais a fazer stand-up.

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Trevor Noah vai-se retirar do Daily Show que apresenta desde 2015 DR

Trevor Noah, o cómico sul-africano que em 2015 herdou de Jon Stewart a apresentação do Daily Show, anunciou esta quinta-feira que iria deixar o talk show. A falar com o público do programa, disse que queria dedicar-se mais à comédia de stand-up, o meio onde começou, e a fazê-la à volta do mundo. Noah, 38 anos, é, depois de Craig Kilborn e Stewart, o terceiro apresentador do Daily Show, uma criação de Madeleine Smithberg e Lizz Winstead que satiriza a actualidade e a política. O programa teve início em 1996.

Por enquanto, ainda foi só o anúncio, feito exactamente um dia após o sétimo aniversário do seu primeiro programa, que se tem tornado cada vez mais global, através do YouTube e das redes sociais, e menos dependente dos canais de televisão que o transmitem. Noah continuará aos comandos do Daily Show durante o futuro próximo.

No seu discurso de pouco mais de cinco minutos, com o correspondente Ronny Chieng em estúdio, o cómico agradeceu ao público, à sua equipa e falou da “viagem” que tem sido a aventura na apresentação, com a presidência de Trump e a pandemia sempre a voltar. Afirmou ter percebido que, “depois de sete anos”, o seu “tempo acabou”. “Mas da maneira mais bonita”, adicionou. “Tem sido um dos meus maiores desafios, uma das minhas maiores alegrias”, continuou. “Tenho adorado tentar perceber como fazer as pessoas rir” mesmo nos piores momentos e perante as piores notícias.

Sobre o regresso aos palcos, mencionou: “Passei dois anos no meu apartamento, não na estrada” referindo-se a não fazer comédia de stand-up ao vivo. “Quando voltei, percebi que há outra parte da minha vida que quero continuar a explorar. Tenho saudades de aprender outras línguas, tenho de saudades de ir a outros países e montar espectáculos. Tenho saudades de estar em todo o lado a fazer tudo.”

Deixou um aviso: “Não vou desaparecer, não se preocupem. Se vos devo dinheiro, ainda vos vou pagar.” Sublinhou ainda o risco que foi terem-no posto a ele, "um cómico aleatório que ninguém conhecia deste lado do mundo – os sul-africanos conheciam e adoravam-me”, à frente de um programa destes.

Nascido em Joanesburgo em 1984, em pleno apartheid, fruto de uma relação que à altura era ilegal – algo que inspirou o seu livro de memórias Sou um Crime — Nascer e Crescer no Apartheid​ –, Noah começou como actor em telenovelas há duas décadas, tendo depois passado para a rádio e para os palcos.

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