Governo recomenda redução de velocidade para 100km/h nas auto-estradas

Plano de poupança de energia do Governo recomenda a redução da velocidade máxima nas auto-estradas, baixando dos 120 para os 100 km/h. ACP diz que esta é apenas uma medida “política” e preferia uma redução de impostos nos automóveis.

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A proposta do Governo para reduzir a velocidade vai ser expressa em campanhas de sensibilização Nelson Garrido

Devido à crise energética, o Governo recomenda uma redução de velocidade nas auto-estradas para 100 quilómetros por hora, mas o Automóvel Clube de Portugal (ACP) pede antes uma baixa dos impostos no sector automóvel e dos combustíveis.

Em declarações ao PÚBLICO esta quinta-feira, o presidente do ACP, Carlos Barbosa, refere que esta é apenas uma medida “política”, sem efeito na vida dos portugueses.

O Governo publicou esta semana em Diário da República uma resolução que procede à “definição de medidas preventivas que permitam fazer face à actual situação e a eventuais disrupções futuras, tendo sempre em vista a garantia da segurança do abastecimento de energia” da qual consta a recomendação referida.

Para o efeito, o executivo vai desenvolver uma campanha de comunicação e sensibilização para a poupança de energia. Uma das “acções de investimento” é, então, a de promover a redução da velocidade máxima para os 100 quilómetros/hora. De acordo com a resolução do Conselho de Ministros sobre este plano de poupança de energia, as acções de sensibilização podem ser feitas através da comunicação social, redes sociais, entre outros meios, envolvendo municípios e freguesias.

“Eu faço outra recomendação ao Governo: que baixe os impostos no sector automóvel, os impostos da gasolina, etc.”, sublinha Carlos Barbosa. “É evidente que se as pessoas guiarem com cuidado poupam combustível, mas não é a velocidade de 120 para 100km à hora que vai beneficiar bastante [o plano de poupança de energia].”

E dá ainda o exemplo dos transportes públicos, que, diz, “está longe ainda de concorrer com o transporte individual”. “É evidente que os portugueses que não têm capacidade para pagar este preço de combustível. Muitos deles abandonaram o transporte individual. Só que, com o transporte público actual, muitas pessoas são obrigadas a continuar a usar o individual.”

Da resolução do executivo liderado por António Costa consta ainda a promoção de opções alternativas às viagens aéreas de trabalho, das deslocações a pé e mobilidade suave, do uso do transporte público e dos modos activos, assim como da mobilidade eléctrica de cargas e da adopção de planos de mobilidade sustentável para entidades com mais de 100 colaboradores no mesmo local.

Além destas recomendações, o Governo recomenda também a adopção do teletrabalho sempre que possível. No documento lê-se, aliás, que “na mobilidade a medida mais sugerida foi a adopção do teletrabalho”.

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