Viagem de barco de oito horas e meia leva símbolos da Jornada da Juventude da Régua ao Porto
Os símbolos já passaram por Angola, Polónia, Espanha e ainda várias dioceses portuguesas, desde meados de 2021.
A Ribeira do Porto recebe no sábado os símbolos da Jornada Mundial da Juventude, que nesse dia cumprirão uma viagem de quase oito horas e meia, de barco, descendo o Douro desde o Peso da Régua.
“A diocese do Porto vai viver nesse dia um momento absolutamente único na sua história, ao receber os símbolos da JMJ para uma peregrinação de um mês nas suas 22 vigararias”, realçou a diocese na sua página na Internet.
A chegada ao Porto está prevista para as 18:25, com a diocese a informar que, após a chegada, “vão subir até à Sé, para o início oficial da peregrinação”, que se prolongará até ao final do mês de Outubro.
No domingo, 02 de Outubro, a partir das 16h00, será celebrada missa no Santuário Diocesano do Monte da Virgem, em Gaia, de onde os símbolos partirão para a vigararia de Espinho-Ovar.
Na peregrinação dos símbolos JMJ na diocese, esta destaca o período de 06 a 09 de Outubro, quando “estarão na cidade do Porto num contacto directo com instituições civis e religiosas, universidades, os hospitais e tantas outras realidades que se concentram na cidade invicta”.
Os símbolos - a cruz peregrina e o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani -- estão a realizar até sexta-feira a peregrinação pela diocese de Vila Real, no âmbito do programa que os leva a cada diocese nacional até à realização da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 (JMJLisboa2023), sendo Lisboa a última a recebê-los.
Estes símbolos estiveram já, desde meados de 2021, em Angola, na Polónia e em Espanha, bem como nas dioceses portuguesas do Algarve, Beja, Évora, Portalegre-Castelo Branco, Guarda, Viseu, Funchal, Angra, Lamego e Bragança-Miranda. No mês de Agosto, viajaram também até Idanha-a-Nova, para o Acampamento Nacional de Escuteiros, e até Santiago de Compostela, para a Peregrinação Europeia de Jovens.
Tradicionalmente, nos meses que antecedem cada JMJ, “os símbolos partem em peregrinação para serem anunciadores do Evangelho e acompanharem os jovens, de forma especial, nas realidades em que vivem”, informa a organização da Jornada.
Com 3,8 metros de altura, a Cruz peregrina, construída a propósito do Ano Santo, em 1983, foi confiada por João Paulo II aos jovens no Domingo de Ramos do ano seguinte, para que fosse levada por todo o mundo. Desde aí, a Cruz peregrina, feita em madeira, iniciou uma peregrinação que já a levou a quase 90 países.
“Foi transportada a pé, de barco e até por meios pouco comuns como trenós, gruas ou tractores. Passou pela selva, visitou igrejas, centros de detenção juvenis, prisões, escolas, universidades, hospitais, monumentos e centros comerciais. No percurso enfrentou muitos obstáculos: desde greves aéreas a dificuldades de transporte, como a impossibilidade de viajar por não caber em nenhum dos aviões disponíveis”, segundo uma nota sobre a JMJLisboa2023, acrescentando que “em 1985 esteve em Praga, na actual República Checa, na altura em que a Europa estava dividida pela cortina de ferro, e foi aí sinal de comunhão com o Papa”.
“Pouco depois do 11 de Setembro de 2001, viajou até ao Ground Zero, em Nova Iorque, onde ocorreram os ataques terroristas que vitimaram quase 3.000 pessoas. Passou também pelo Ruanda, em 2006, depois de o país ter sido assolado pela guerra civil”, adianta a nota.
Já o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani, que retrata a Virgem Maria com o Menino nos braços, tem 1,20 metros de altura e 80 centímetros de largura, e está associado a uma das mais populares devoções marianas em Itália.
“É antiga a tradição de o levar em procissão pelas ruas de Roma, para afastar perigos e desgraças ou pôr fim a pestes. O ícone original encontra-se na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, e é visitado pelo Papa Francisco que ali reza e deixa um ramo de flores, antes e depois de cada viagem apostólica”, acrescenta o documento divulgado pelo gabinete de comunicação da JMJLisboa2023.
Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para a próxima edição da Jornada Mundial da Juventude, que vai decorrer entre os dias 01 e 06 de Agosto de 2023, com as principais cerimónias a terem lugar no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.
As JMJ nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.
A primeira edição aconteceu em 1986, em Roma, tendo já passado por Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).
A edição de 2023, que será encerrada pelo Papa, esteve inicialmente prevista para este ano, mas foi adiada devido à pandemia de covid-19.