Catástrofes naturais
Com ventos a ultrapassar os 240 quilómetros por hora, furacão Ian semeia o caos na Florida
Há 20 desaparecidos na sequência de um naufrágio e dois milhões de pessoas estão sem electricidade no estado norte-americano. Furacão é uma das tempestades mais fortes a atingir os Estados Unidos.
Depois de deixar a ilha de Cuba sem electricidade, o furacão Ian semeia agora a destruição na Florida. O estado norte-americano foi atingido por ventos que chegaram a atingir os 240 quilómetros por hora, com muitas ruas completamente inundadas e cheias de destroços. Com as falhas nas comunicações provocadas pela tempestade, ainda não foi possível avaliar a escala dos danos: dois milhões de pessoas estão actualmente sem electricidade, depois de sucessivos "apagões" provocados por uma das mais tempestades mais fortes a atingir o território norte-americano.
O nível das águas ultrapassou os cinco metros, com alguns hospitais a transferirem os doentes mais frágeis para os pisos superiores. Uma embarcação naufragou perto do arquipélago de Keys, na zona sudoeste do estado norte-americano. As autoridades procuram agora 20 desaparecidos, num momento em que a tempestade avança em direcção ao interior do estado.
"Vai ser um período difícil. Pedimos apenas às pessoas pelas suas orações e pensamentos. Esta é uma grande, grande tempestade", resumiu o governador do estado da Florida, Ron DeSantis, citado pelo jornal britânico The Guardian. O responsável diz ainda que este furacão vai "moldar" a comunidade na Florida, prevendo um profundo impacto no futuro. Joe Biden já prometeu o apoio total de fundos federais para a reconstrução dos estragos.
Em Cuba, foram mais de 11 milhões os habitantes que ficaram sem electricidade. Vídeos publicados nas redes sociais mostravam ventos fortes e inundações em várias áreas da ilha, que já estava a atravessar uma crise energética antes da chegada do furacão - uma vez que, da capacidade total de geração do país de 3 mil megawatts (MW), apenas 1824 estavam em funcionamento.
O furacão Ian chegou na manhã de terça-feira à província de Pinar del Rio, no oeste de Cuba, onde as autoridades disponibilizaram 55 abrigos e retiraram 50 mil pessoas das suas casas.