A segunda edição do Diving Talks, encontro que junta na península de Tróia mergulhadores cujo trabalho incide de alguma forma sobre a conservação do oceano, acontece entre 7 e 9 de Outubro. No dia 6, pelas 17h, será inaugurada, na Biblioteca Municipal de Grândola, uma exposição de fotografia subaquática com imagens e vídeos de pessoas que marcarão presença no evento enquanto oradores. O objectivo da mostra, que ficará patente até 15 de Outubro, passa, por um lado, por dar a conhecer aos visitantes um pouco da vasta biodiversidade que o mar alberga e, por outro, por sensibilizar para a necessidade de implementar políticas e comportamentos mais sustentáveis.
Um dos fotógrafos cujas imagens integrarão a exposição é Nuno Vasco Rodrigues, biólogo marinho e investigador português que é também um conhecido fotógrafo subaquático. Já recebeu vários galardões importantes. No ano passado, saiu daquela que é uma das maiores competições anuais de fotografia relacionada com o oceano, organizada pela Ocean Geographic Society, com dois prémios. Em Junho deste ano, tornou-se o primeiro português a ser distinguido na Competição de Fotografia do Dia Mundial dos Oceanos, promovida pela Organização das Nações Unidas.
Nuno Vasco Rodrigues ficou em segundo lugar numa das categorias desta última competição. Foi premiado por três fotos que captou na ilha do Pico, nos Açores, no Verão de 2020. Os protagonistas de uma delas são dois cachalotes, cetáceos cuja caça foi proibida na década de 1980 e que são hoje uma atracção turística, estando classificados como vulneráveis pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla inglesa). As outras duas foram tiradas quando Nuno Vasco Rodrigues acompanhou investigadores da Universidade dos Açores numa acção de recolha de lixo marinho.
As fotos que o português “emprestou” à exposição que será inaugurada em Outubro na biblioteca de Grândola incluem um retrato de um canário-do-mar, peixe pequeno com uma boca grande e peculiar, bem como uma imagem de um tubarão-azul, animal cujas barbatanas fazem com que seja uma espécie procurada por pescadores. Trata-se de um peixe “quase ameaçado”, segundo a classificação da IUCN.
A americana Brandi Mueller, que gosta de fotografar destroços da Segunda Guerra Mundial que, muitas décadas depois, o fundo do mar continua a albergar, a belga Ellen Cuylaerts, que nas suas fotos tenta apanhar o momento em que os animais estão a olhar para a sua câmara, e o português Nuno Sá, outro fotógrafo subaquático que, como Nuno Vasco Rodrigues, também já venceu vários prémios internacionais, são nomes cujo trabalho também integrará a mostra.
Além de ser o curador da exposição, Nuno Sá é também o autor de Ilha dos Gigantes (RTP1), documentário sobre as visitas regulares dos tubarões-baleia (e dos muitos atuns que com eles viajam) às águas da ilha açoriana de Santa Maria. Na mostra, as suas imagens incluirão fotos de tubarões como o tubarão-frade, uma espécie em perigo de extinção que, por vezes, é avistada nas águas mais quentes dos Açores, e o já referido tubarão-azul.
Ao longo dos três dias do Diving Talks, que deverá receber 27 oradores, serão discutidos temas como, por exemplo, o contributo que a inteligência artificial pode dar à prática de mergulho. Também será recuperada a história do último navio da Alemanha nazi que naufragou no mar Báltico. O preço dos bilhetes varia consoante o tipo de experiência que cada pessoa escolher.