Sonae põe fim a parceria com Isabel dos Santos e passa a controlar 36,8% da Nos
Com o fim do acordo parassocial, “a Zopt passa a ser controlada integralmente pelas duas sociedades de Isabel dos Santos”.
A parceria que unia a Sonae e a empresária Isabel dos Santos no controlo de capital da empresa de comunicações Nos chegou ao fim.
Em comunicado enviado ao mercado, a Sonae dá conta da “resolução do Acordo Parassocial que regia as relações entre as accionistas da ZOPT, SGPS, S.A”, passando a ser-lhe “imputada uma participação na Nos de cerca de 36,8% do capital social e dos direitos de voto” nessa sociedade.
O acordo parassocial unia, na Zopt, a Sonaecom, a Unitel International e a Kento Holding, que controlava mais de 52% do capital da Nos.
De acordo com outro comunicado da Sonaecom, do grupo Sonae (detentora do PÚBLICO), a assembleia geral (AG) da Zopt, realizada esta quarta-feira, aprovou a amortização da participação da Sonaecom naquela sociedade e a restituição das prestações acessórias (empréstimos do accionista) por si efectuadas, em troca das acções representativas de 26,075% da Nos “que não se encontram oneradas”, e ainda de “uma importância em dinheiro”.
Com a decisão da AG, “a Zopt passa a ser controlada integralmente pelas duas sociedades de Isabel dos Santos”, passando a Sonaecom, controlada pelo grupo Sonae, a deter 26,075% da Nos.
Recorde-se que o fim do acordo parassocial só foi possível depois de o Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa ter autorizado a Zopt a exercer os direitos de voto correspondentes, depois de metade ter sido preventivamente arrestado à empresária angolana, na sequência de acções judiciais do governo angolano.
A intenção de dissolver a parceria com Isabel dos Santos iniciou-se em Agosto de 2020, na sequência do escândalo Luanda Leaks, embora, já antes disso, as relações entre a empresária e o grupo Sonae se terem degradado por causa da ruptura do acordo que as duas partes tinham para lançar uma rede de supermercados em Angola.
“A Sonaecom reitera a sua intenção de continuar a assegurar um quadro de estabilidade accionista na Nos que permita desenvolver o seu importante projecto no sector das telecomunicações”, refere o comunicado.