O Governo já tinha sinalizado que o salário mínimo iria subir para os 750 euros em 2023, mas no Acordo de Médio Prazo de Melhoria dos Rendimentos, dos Salários e da Competitividade, apresentado nesta quarta-feira aos parceiros sociais, admite que possa haver um “diferencial adicional” para compensar os impactos da inflação.

Em 2022, a remuneração mínima aumentou 6% mas, caso as previsões de inflação do Governo (7,4%) se confirmem, isso vai traduzir-se numa perda de poder de compra de 1,4%.

O primeiro-ministro, António Costa, já tinha garantido que, no próximo ano, o salário mínimo passaria de 705 para 750 euros, o que corresponde a um aumento de 6,4%. Tendo como referência a previsão de inflação do Conselho de Finanças Públicas de 5,1%, a subida prevista permitirá um ganho de 1,3%, mas será insuficiente para compensar a perda verificada em 2022 e fica muito longe dos ganhos médios de 3% registados nos anos anteriores.

Perante este cenário, o Governo garante que, em 2023, “o aumento da remuneração mínima mensal garantida deve assegurar um diferencial adicional para compensar os impactos da inflação”.

Não se clarifica em que é que esse adicional se irá traduzir e se isso significa uma aceleração da evolução do salário mínimo face à meta de 900 euros que o Governo mantém para o final da legislatura.