Centros comerciais consideram “excelentes” as recomendações para poupança energética
A Associação Portuguesa dos Centros Comerciais prepara campanha de sensibilização dos clientes para algumas das alterações a fazer, como é o caso da contenção na iluminação.
As recomendações feitas pelo Governo para a poupança de energia nos centros comerciais “são excelentes” e vão ser rapidamente implementadas, garantiu ao PÚBLICO o director executivo da Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC), Rodrigo Moita de Deus, considerando que as mesmas serão facilmente aceites por lojistas e pelo público em geral, não esperando, por parte destes últimos, “uma redução do consumo” decorrente da sua implementação.
As medidas, com carácter de recomendação para as entidades privadas, fazem parte do Plano de Poupança de Energia para 2022–2023, e incluem, entre outras, a “regulação das temperaturas dos parques de estacionamento de centros comerciais para o máximo de 26°C” ou o “ajuste de parâmetros de ventilação e temperatura interior de lojas”.
“Nas próximas duas ou três semanas”, segundo o responsável da APCC, será lançada uma campanha de sensibilização dos clientes, nomeadamente em relação “a coisas em que vão começar a reparar, nomeadamente nos meios mecânicos”.
Rodrigo Moita de Deus lembra que a associação entregou, recentemente, um plano voluntário de poupança energética à Adene – Agência para a Energia, que inclui medidas muito semelhantes às agora recomendadas pelo Governo e ainda outras. Daí que afirme não recear que “as recomendações possam passar a ter um carácter obrigatório”, o que pode acontecer “no caso de ser declarado alerta da União [Europeia], que pode incluir mais medidas”. Até agora, os Estados-membros chegaram a um consenso quanto a uma redução voluntária de energia de 15%, de modo a fazer face a uma eventual escassez de gás no Inverno devido ao fim das exportações russas.
“Não é o fim do mundo. Pelo contrário, estamos todos sensibilizados para a questão. Reduzir o consumo por uma razão de sustentabilidade económica e ambiental é uma necessidade. Não é negociável”, garante.
Para os estabelecimentos comerciais, o Governo recomenda ainda que se desliguem as luzes dos “reclames após as 23h00 e de fachadas após as 24h00, salvo por razões de segurança e para garantir a visão por CCTV [sistema de vigilância]”, ou a “redução de iluminação em áreas de parqueamento interior, desligando um terço da iluminação, mantendo a visibilidade CCTV e conforto do visitante e circulação viaturas, incluindo ajuste de horários de abertura e gestão de parque em função do tráfego”.