Aluno entrou em Medicina na Católica por ser descendente de um benemérito da universidade?

Aluno foi admitido no Mestrado Integrado em Medicina na Universidade Católica Portuguesa por fazer parte do contingente de “descendente de beneméritos insignes”. O candidato foi aceite apesar de ter uma média inferior a outros concorrentes que ficaram em lista de espera.

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Resultado de candidatura ao mestrado de Medicina na Católica tem sido partilhado nas rede sociais Jose Fernandes

A frase

Resultado de uma candidatura ao Mestrado Integrado em Medicina na Universidade Católica Portuguesa (UCP) foi partilhado nas redes sociais.

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O contexto

Nos últimos dias, começou a circular nas redes sociais, particularmente no Twitter e no Reddit, a imagem do resultado da uma candidatura ao Mestrado Integrado em Medicina na Universidade Católica Portuguesa, o primeiro mestrado integrado em Medicina no ensino privado e que teve início no passado ano lectivo.

A lista dos resultados foi divulgada pela Universidade Católica Portuguesa (UCP) e, das últimas páginas, constam os resultados dos candidatos dos contingentes especiais, entre estes os praticantes desportivos de alto rendimento, os estudantes estrangeiros e um aluno que foi admitido por fazer parte do contingente de “descendente em linha recta de beneméritos insignes”. Este candidato foi admitido apesar de ter uma média inferior a outros concorrentes, que ficaram em lista de espera pela sua admissão ser “condicionada à existência de vagas”. O aluno em causa teve uma média de 158.1, enquanto o primeiro candidato que ficou em lista de espera teve uma média de 168.8, um valor acima. Atrás do candidato admitido neste contingente especial ficaram 19 concorrentes com médias superiores, segundo mostra a lista de colocações.

Os factos

Segundo o regulamento da UCP, consultado pelo PÚBLICO, a universidade “reserva quotas especiais (vagas supranumerárias) para cada curso, conforme o despacho em vigor, destinadas aos candidatos que, reunindo as condições gerais de acesso, sejam: filhos de colaboradores permanentes da Universidade Católica Portuguesa em regime de tempo integral; filhos ou netos de beneméritos insignes da universidade”, entre outros casos.

É ainda dito, na página da universidade, que tanto os descendentes em linha recta de colaboradores permanentes como os descendentes em linha recta de beneméritos insignes da universidade têm de se candidatar durante a vida do próprio. “Os colaboradores permanentes abrangem funcionários do quadro e docentes em regime de dedicação plena ou regime de tempo integral. Consideram-se beneméritos insignes aqueles que tenham sido reconhecidos como tal pelo Conselho Superior da Universidade”, lê-se ainda no regulamento.

Ainda de acordo com a Católica, as vagas só serão preenchidas “no caso de os candidatos elegíveis para as quotas especiais não serem admitidos através do regime geral”.

Em resposta ao PÚBLICO, fonte da UCP diz que o candidato em questão não retirou lugar a outros, uma vez que as vagas para este contingente especial são supranumerárias e funcionam à parte do concurso geral de acesso. A universidade explica que os candidatos aos contingentes especiais “cumprem obrigatoriamente todos os critérios mínimos de elegibilidade para admissão”. “No caso do Mestrado Integrado em Medicina, para que a candidatura seja apreciada, deverá ter uma nota mínima de 140 pontos (0 a 200) em cada uma das provas de ingresso, cumprir todos os pré-requisitos, incluindo certificação de proficiência de inglês de nível C1, e ter uma média mínima global de candidatura de 150”, diz a Católica, acrescentando que, neste ano lectivo, apenas um candidato foi admitido no regime de “beneméritos insignes”.

Em resumo

É, pois, verdade, que o aluno foi admitido através de um contingente de “descendente em linha recta de beneméritos insignes”, apesar de ter uma média inferior a outros candidatos.

Notícia actualizada às 15h do dia 27 de Setembro com a resposta da UCP

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