Associação +Tejo defende a construção de mais barragens

A Associação + Tejo - Associação Promotora do Projecto Tejo, defende que solução para a escassez de água em Portugal passa pela instalação de mais sistemas hidráulicos que “permitam por um lado, armazenar água e, por outro, distribuí-la racionalmente, transferindo-a de onde ela está em excesso, a Norte, para onde falta, a Sul.”

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A longo prazo, e por força das alterações climáticas, as disponibilidades hídricas nacionais podem ficar reduzidas Daniel Rocha

Manuel Holstein Campilho, presidente da direcção da Associação + Tejo fez as contas e concluiu que Portugal “dispõe, em média, sem contar com as afluências de Espanha, de 40.000 hectómetros cúbicos (hm3) por ano de águas superficiais e subterrâneas (32.000 + 8000), e deste total consome 4500 hm3 por ano, 11% das disponibilidades.”

A longo prazo, e por força das alterações climáticas, as disponibilidades hídricas nacionais “poderão ficar reduzidas a 28.000 hm3 por ano, e os consumos poderão subir para 6.000 hm3 por ano”. Mesmo assim, a quebra nas disponibilidades hídricas “será de 21%”, refere o presidente da Associação + Tejo.

No quadro actual do aproveitamento que o país faz dos seus recursos hídricos, “89% da água nacional segue para o mar”, sem qualquer aproveitamento, porque “não existem infra-estruturas” que armazenem as afluências “nos Invernos e nos anos húmidos, para a distribuir no Verão e nos anos secos”, realça Manuel Campilho.

A solução, defende o dirigente da Associação + Tejo, está na instalação de sistemas nacionais de transferência de caudais do norte do país “rico em água, mas com baixos consumos, para o sul onde falta, mas o potencial agrícola é grande”. E também na construção de infra-estruturas regionais de distribuição de água, nomeadamente na “terra quente transmontana, no vale do Tejo e Oeste e na expansão do sistema do Alqueva, a todo o Alentejo”.