Milhares protestam em Luanda contra a alegada fraude eleitoral

Manifestação na capital angolana foi convocada pela UNITA, que contesta a vitória do MPLA nas eleições de Agosto.

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Manifestantes pedem mais democracia e respeito pelo Estado de direito em Angola EPA/AMPE ROGERIO

Milhares de angolanos protestaram este sábado nas ruas de Luanda contra aquilo que dizem ter sido uma eleição fraudulenta, realizada há precisamente um mês, e que deu a vitória ao MPLA, no poder há quase cinco décadas.

O Tribunal Constitucional de Angola rejeitou, no entanto, uma queixa de fraude eleitoral apresentada pela UNITA, o maior partido opositor, que convocou a manifestação deste sábado na capital de Angola.

Bloco Democrático, Frente Patriótica Unida e PRA-JA Servir Angola, também na oposição, juntaram-se aos protestos.

Muitos dos manifestantes são jovens e desempregados, que sentem que o MPLA falhou com eles, num país rico em petróleo, mas onde a maioria da população vive na pobreza.

Os manifestantes tomaram conta da Praça da Independência, local onde o MPLA, do Presidente João Lourenço, costuma realizar os seus comícios e acções políticas.

Os protestos tiveram lugar no mesmo dia em que o Serviço de Investigação Criminal de Angola (SIC) anunciou a detenção de 12 cidadãos que “têm estado a financiar e a promover a disseminação” de áudios e vídeos para “semear a insegurança, o ódio e o pânico no seio das populações”.

Numa nota à imprensa hoje divulgada, o SIC afirma que os processos crimes dos detidos “foram de imediato presentes ao Ministério Público, que perante a gravidade dos factos aplicou medidas de coação pessoal correspondentes”, precisando que alguns dos detidos se mantêm em prisão preventiva.

“A Polícia Nacional de Angola (PNA) e os Serviços de Investigação Criminal têm estado a receber diversas denúncias e queixas sobre a disseminação de vídeos, áudios e textos, através das diversas plataformas digitais, nomeadamente Facebook, WhatsApp e Instagram, com conteúdos que incitam à violência, apologia pública ao crime, rebelião e ultraje ao Estado seus símbolos e órgãos, factos previstos e puníveis na lei penal vigente”, refere-se na nota.

Na nota, a Polícia e o SIC pedem a todos os cidadãos para colaborarem para garantir a segurança pública e reafirmam que “continuarão implacáveis no combate a todas as práticas criminosas, apelando por isso para a denúncia de tais actos”.

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