As cadeiras vazias dos direitos humanos
A partir das actas e dos relatos das sessões de trabalho, a Mala Voadora põe em palco a Universal Declaration of Human Rights, de 28 a 30 de Setembro, na Culturgest. Uma peça apontada às discussões, aos idealismos e às desilusões dos consensos pela paz.
No momento em que Jorge Andrade resolveu enfiar a cabeça nas intermináveis actas da comissão que integrou os trabalhos de preparação (e aprovação) da Declaração Universal dos Direitos Humanos, fê-lo esperançoso daquilo que ia encontrar. Imaginava o autor e encenador que o espírito por detrás de tal documento, uma bússola ética e moral no respeito por cada pessoa chegada a este mundo, fora movido pelo mais elevado idealismo, insuflado pelo término da traumática II Guerra e pela imperiosa necessidade de paz. Claro que algum desse espírito também terá estado presente durante os três anos em que decorreram as negociações para a redacção do texto final, mas o encenador e fundador (com o cenógrafo José Capela) da companhia Mala Voadora surpreendeu-se com a escassa cerimónia diplomática entre os representantes de países que, assim que se sentaram à mesa, desembolsaram de imediato de “discursos bastante violentos”.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.