Estás à procura de casa? As federações académicas explicam o que podes (e não deves) fazer

As aulas já começaram, mas ainda há quem esteja sem casa. Os presidentes da Federação Académica de Lisboa (FAL) e do Porto (FAP) e estudantes universitários mais velhos deixam dicas para ajudar na procura.

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Cinco dicas para os estudantes universitários encontrarem casa Pedro Fazeres

A primeira semana de aulas para estudantes universitários já está a terminar, mas ainda há quem esteja à procura de alojamento. A oferta é pouca e obriga muitos jovens a deslocarem-se para a periferia das cidades e viverem cada vez mais longe das universidades. “[Na Universidade de Lisboa] temos um estudante que arranjou casa em Sacavém, que é um pouco longe”, conta ao P3 o presidente da Federação Académica de Lisboa (FAL), João Machado.

A isto juntam-se os preços elevados e, uma ou outra vez, um preço aceitável que nem sempre corresponde à realidade. “Chegam-nos vários pedidos de estudantes e das suas famílias, não só à Federação Académica do Porto, mas às várias associações de estudantes”, conta a presidente da Federação Académica do Porto (FAP), Ana Gabriela Cabilhas. Os dois presidentes e os estudantes que já encontraram casa reconhecem a dificuldade em arrendar e deixam cinco dicas para facilitar a procura.

Candidata-te às residências universitárias

A primeira dica deixada a todos os novos estudantes é a regra básica de quem entra para o ensino superior: “candidatem-se a bolsa de estudos e às residências das faculdades”, aconselha o presidente da FAL.

No entanto, também é verdade que este ano o número de residências não é suficiente para a quantidade de estudantes deslocados. Na semana passa, o Governo anunciou que ia reforçar as verbas do Plano Nacional de Alojamento Estudantil (PNAES) e revelou que Portugal vai ter 26 mil camas até 2026. Este ano são 12 mil para os quase 50 mil alunos que ficaram colocados na primeira fase de acesso ao ensino superior.

Enquanto a situação não fica resolvida e o resultado da candidatura à residência não chega, é melhor começar a procura o quanto antes.

Está atento aos anúncios online

Se as residências estiverem lotadas, a primeira coisa a fazer é procurar online, em sites fidedignos de compra e venda de casa e anúncios nas redes sociais, como os do Facebook. Procurar na periferia das grandes cidades é outra das sugestões, principalmente numa altura em que os preços são elevados e oferta é reduzida.

Mesmo que o proprietário diga que tem vários interessados, marca uma visita à casa para não seres surpreendido com uma despensa convertida em quarto. Nunca aceites sem ver primeiro.

Procura nas federações académicas

A presidente da FAP sugere que os universitários também procurem nas associações de estudantes e federações académicas que publicitam com frequência os anúncios dos quartos “que são publicados na Internet e os que são divulgados nas próprias imediações da faculdade”.

Se o objectivo for partilhar casa, João Machado aconselha que os alunos procurem a ajuda de agentes imobiliários. Desta forma conseguem, “um quarto com contrato e ficam protegidos”, acrescenta.

Pergunta nas lojas de comércio local

Outro dos conselhos é perguntar nas lojas de comércio local perto da instituição onde foram colocados. Há sempre quem tenha um quarto livre que não esteja anunciado.

Para os estudantes do Porto: programa Aconchego

Para quem está a estudar no Porto, outra das sugestões deixadas por Ana Gabriela Cabilhas passa pela candidatura ao programa Aconchego, uma parceria entre a Câmara Municipal da cidade e da Federação Académica, que hospeda universitários em casas de habitantes seniores. Se, por um lado, as despesas de alojamento para o estudante são reduzidas, por outro, o sénior ganha uma companhia.

Dica extra: nunca arrendares por telefone

Depois de contactar os proprietários, o mais fácil é “meter pés ao caminho” e visitar o espaço, aconselha Maria Rego, estudante de Ciências da Comunicação na Faculdade de Letras da Faculdade de Porto (FLUP).

Carolina Costa, estudante do 4º ano de Direito na Universidade Portucalense, concorda e sinaliza que nunca se deve arrendar casa ou quarto por telefone. “Devemos sempre ir visitar as casas, porque as fotos nem sempre são reais, ponderar com muita calma e ver as intenções dos senhorios”, recomenda.

Da mesma forma, os estudantes também não devem ficar com o primeiro alojamento que encontram.

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