Portugal quer contribuir no Conselho de Segurança para ONU mais justa e eficaz

António Costa discursou na ONU.

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António Costa na ONU Reuters/DAVID DEE DELGADO

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou, na quinta-feira, que com a candidatura a um lugar de membro não-permanente no Conselho de Segurança em 2027-2028 Portugal quer contribuir para tornar a ONU mais justa, eficaz e representativa.

Na sua intervenção no debate geral da 77.ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Costa reafirmou a posição portuguesa a favor de uma reforma do Conselho de Segurança para que “o continente africano esteja presente” neste órgão e “pelo menos o Brasil e a Índia tenham assento” permanente.

Segundo o primeiro-ministro, é necessário também que “pequenos Estados estejam mais justamente representados” no Conselho de Segurança da ONU, que deve reflectir as mudanças ocorridas globalmente desde 1945.

“O mundo mudou radicalmente desde então”, realçou.

“Os desafios que hoje enfrentamos tornam incontornável a necessidade de continuar a adaptar esta nossa casa, tornando-a mais eficiente, mais justa e mais representativa. Portugal está pronto também a dar o seu contributo. E por isso somos candidatos ao Conselho de Segurança no biénio 2027-2028 e esperamos uma vez mais merecer a vossa confiança”, acrescentou, associando esta candidatura à reforma da ONU.

António Costa sustentou que “o reforço do multilateralismo não é uma opção”, mas sim “uma necessidade absoluta para fazer face aos desafios globais” e construir “um futuro mais pacífico, mais sustentável, mais inclusivo e mais próspero”.

“Hoje é tempo de passar das palavras à acção: com mais cooperação, mais solidariedade e mais multilateralismo. Portugal, como sempre, não faltará a esta chamada”, prometeu, no encerramento do seu discurso, que foi feito em português.

Actualmente, o Conselho de Segurança da ONU tem Estados Unidos da América, Rússia, França, Reino Unido e China como membros permanentes, com direito de veto.

O primeiro-ministro defendeu um Conselho de Segurança “representativo, ágil e funcional, capaz de responder aos desafios do século XXI sem ficar paralisado, e cuja acção seja escrutinada pelos restantes membros das Nações Unidas”.

No seu entender, deve, por outro lado, ser um órgão “que integre uma visão abrangente de segurança, reconhecendo, nomeadamente, o papel das alterações climáticas como aceleradoras de conflitos”.

“O potencial transformador das Nações Unidas é imenso, mas para tal é preciso dar-lhe as ferramentas necessárias para concretizar as altas expectativas que nela depositam as populações do mundo”, considerou.