Ministro da Saúde pediu opinião sobre edifícios no Porto para acolher direcção executiva do SNS

Depois de o ministro da Saúde ter dito que não há razão para nova entidade ficar em Lisboa, os socialistas de Coimbra deram a sua opinião.

Foto
Manuel Pizarro recebeu uma biografia do "pai do SNS", António Arnaut, entregue pela presidente da Liga dos Amigos dos Hospitais da Universidade de Coimbra, Isabel de Carvalho Garcia LUSA/PAULO NOVAIS

O novo ministro da Saúde, Manuel Pizarro, já mostrou abertura para que a sede da futura direcção executiva do Serviço Nacional de Saúde fique instalada fora de Lisboa e a possibilidade de o Porto vir a acolher a nova estrutura do SNS não está afastada e seria até uma forma de o Governo compensar a cidade pela promessa do primeiro-ministro de trazer o Infarmed para o Porto, que entretanto foi abandonada.

Ao que o PÚBLICO apurou, Manuel Pizarro abordou informalmente o assunto no início desta semana e uma das possibilidades mencionadas foi o antigo edifício da Direcção de Recrutamento Militar. Situado na zona da Boavista, na Avenida da França, junto à estação do metro da Casa da Música, o edifício encontra-se devoluto há já algum tempo e chegou a ser propriedade do Ministério da Defesa Nacional.

Na segunda-feira, no final de uma visita ao Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), no Porto, o ministro da Saúde foi questionado sobre a localização da nova entidade do SNS, tendo defendido que não há qualquer razão para que seja em Lisboa. Na altura, não se comprometeu que seja o Porto o local escolhido cidade na qual trabalha Fernando Araújo, o médico que, tudo indica, encabeçará a futura equipa , deixando, contudo, em aberto a ideia de que outras cidades possam ter condições de acolher esta nova estrutura.

Fontes próximas de Fernando Araújo garantem que o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de São João veria com bons olhos que a futura direcção executiva fosse instalada no Porto.

Coimbra também quer nova estrutura do SNS

Esta terça-feira, o PS de Coimbra veio defender a escolha desta cidade para acolher a sede nacional da direcção executiva do SNS, num edifício disponibilizado pelo município. Em comunicado, os quatro vereadores socialistas, o líder da bancada na assembleia municipal e o presidente da comissão política concelhia do PS consideraram que Coimbra “reúne, em si mesma, todas as condições políticas, técnicas e logísticas para receber a instalação da direcção executiva do SNS, (...) seja pela sua centralidade na região e no país, pela excelência da capacitação em saúde das suas unidades prestadoras de cuidados, pelos centros de investigação clínica de excelência e reputação internacional ou pelo suporte dos seus quadros com formação académica e profissional de topo”.

Curiosamente, foi pelo distrito de Coimbra que a ex-ministra da Saúde Marta Temido concorreu às legislativas de Janeiro.

Para os socialistas do município — que querem ver também a autarquia envolvida no processo, através da disponibilização de um edifício para acolher a nova entidade —, “António Arnaut e Mário Mendes, criadores do SNS, merecem que a sua cidade seja considerada para instalação da sede da direcção executiva”.

Estas ideias constam de uma nota enviada à agência Lusa pelos vereadores e dirigentes do PS que recordam as palavras do ministro da Saúde, Manuel Pizarro: “Este Governo tem uma forte vontade descentralizadora e lançou um processo de descentralização (...), um processo inovador de dimensão nunca antes experimentado no nosso país. Acho que, nesse contexto, a colocação da sede de organismos públicos nacionais fora da cidade de Lisboa faz também sentido, de acordo com esse processo de desconcentração. Enfim, veremos o que vamos poder resolver em relação a essa matéria, designadamente quais são os edifícios em concreto que estão disponíveis.”

Também o presidente da Câmara de Coimbra manifestou disponibilidade para acolher a nova estrutura do SNS, considerando que a cidade tem todas as condições para tal. O independente Manuel Silva, que tem defendido uma desconcentração de órgãos governativos para outras cidades, espera que o Governo invista na deslocalização de outros serviços e revelou esta quarta-feira que já fez chegar essa vontade ao ministro da Saúde pelos canais próprios. Com Lusa

Sugerir correcção
Ler 5 comentários