Comissão Europeia: “Putin não está interessado na paz, só está interessado numa escalada da agressão”
Porta-voz da Comissão garante que a UE “continuará a apoiar a Ucrânia na legítima defesa da sua soberania, independência e integridade territorial pelo tempo que for preciso”.
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O anúncio de uma mobilização militar parcial feito na manhã desta quarta-feira pelo Presidente da Rússia, é “um sinal claro de que Putin não está interessado na paz, mas antes numa escalada da sua guerra de agressão contra a Ucrânia, contra a Europa e contra a ordem internacional, com consequências muito perigosas para todo o mundo”, reagiu um porta-voz da Comissão Europeia.
“A União Europeia continuará a apoiar a Ucrânia na legítima defesa da sua soberania, independência e integridade territorial pelo tempo que for preciso”, assegurou o porta-voz para as matérias de política externa, defesa e segurança da UE, Peter Stano. “Os ucranianos também estão a lutar pelos nossos valores e princípios”, acrescentou.
Putin is not interested in peace.
— European Commission ???? (@EU_Commission) September 21, 2022
Putin is only interested in escalating the aggression.
The partial mobilisation and the referenda is another sign of his desperation at how the aggression against Ukraine is going.
— Spokesperson @ExtSpoxEU #StandWithUkraine pic.twitter.com/wGVT1HgfQU
Com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e a maior parte dos chefes de Estado e Governo da UE reunidos em Nova Iorque, para a Assembleia Geral da ONU, as primeiras discussões informais sobre a resposta dos 27 ocorrerão do outro lado do Atlântico. “Estas acções vão naturalmente ter consequências”, garantiu Peter Stano.
Segundo o porta-voz da Comissão, as discussões abordarão os desenvolvimentos dos últimos dias: a descoberta de novas provas de atrocidades e crimes de guerra cometidas pelas forças russas na Ucrânia, a convocatória de pretensos referendos para a anexação das autoproclamadas repúblicas separatistas à Rússia; e o anúncio da mobilização militar feito pelo Presidente Putin. “Todos estes aspectos fazem parte das discussões entre os Estados-membros”, assinalou.
Para Bruxelas, estes desenvolvimentos são “mais um sinal do desespero da Rússia” pela forma como está a correr a sua campanha na Ucrânia. “Em vez de contribuir para soluções para esta crise, Putin aposta no aprofundamento da crise”, criticou Peter Stano, lembrando que a invasão da Ucrânia está a provocar uma crise alimentar e uma crise energética a nível global.
O porta-voz criticou ainda as ameaças veladas de utilização do arsenal nuclear pela Rússia, avisando para os riscos e as “consequências imprevisíveis” para todo o mundo. “Putin continua a jogar com o elemento nuclear e a usá-lo no seu arsenal de terror. Este comportamento é perigoso e totalmente inaceitável”, disse.