Júpiter vai estar no ponto mais próximo da Terra dos últimos 59 anos

No fim de Setembro, o planeta vai parecer “maior e mais brilhante do que em qualquer outra época do ano”. A NASA diz que, com uns bons binóculos ou telescópio, faixa central e três ou quatro das luas do planeta gigante devem ser visíveis. No ponto mais próximo, Júpiter estará a aproximadamente 590 milhões de quilómetros de distância da Terra.

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Júpiter e suas luas, Io e Ganimedes, quando Júpiter estava próximo da oposição NASA

O maior planeta do nosso sistema solar, Júpiter, vai estar, no final deste mês, no ponto mais próximo da Terra desde 1963, há 59 anos. Segundo revela a NASA em comunicado, os “observadores de estrelas” podem esperar excelentes vistas de Júpiter durante toda a noite da próxima segunda-feira, dia 26 de Setembro, quando o planeta gigante atingir a oposição. Do ponto de vista da superfície da Terra, a oposição acontece quando um objecto astronómico surge no Leste enquanto o Sol se põe no Oeste, colocando o objecto e o Sol em lados opostos da Terra.

A oposição de Júpiter ocorre a cada 13 meses, levando a que o planeta pareça maior e mais brilhante do que em qualquer outra época do ano. Assim, no fim deste mês de Setembro, Júpiter fará a maior aproximação da Terra dos últimos 59 anos. De acordo com a NASA, isto acontece porque a Terra e Júpiter não orbitam o Sol em círculos perfeitos – o que significa que os planetas irão passar um pelo outro a distâncias diferentes ao longo do ano. A maior aproximação de Júpiter à Terra raramente coincide com a oposição, o que significa que as vistas deste ano serão “extraordinárias”.

No ponto mais próximo, Júpiter estará a cerca de 367 milhões de milhas de distância da Terra (mais de 590 milhões de quilómetros)​, aproximadamente a mesma distância a que esteve em 1963. O planeta gigante está a cerca de 600 milhões de milhas de distância da Terra (965 milhões de quilómetros) no ponto mais distante. “Com uns bons binóculos, as faixas, pelo menos a faixa central, e três ou quatro dos satélites galileanos, ou seja, as luas, devem ser visíveis”, disse Adam Kobelski, astrofísico e investigador do Marshall Space Flight Center da NASA em Huntsville, no Alabama, EUA.

O astrofísico diz que “é importante” lembrar que Galileu observou estas luas com equipamento do século XVII e que, independentemente do sistema utilizado para ver Júpiter e as suas luas, os observadores precisarão de um suporte estável para o equipamento. Kobelski recomenda um telescópio grande para ver a Grande Mancha Vermelha e as bandas de Júpiter com mais detalhes e diz que o local de visualização ideal será a uma altitude elevada e numa zona “escura e seca”. “A vista deverá ser óptima antes e depois de 26 de Setembro durante alguns dias. Aproveite o bom tempo para apreciar a vista. Sem contar com a Lua, deve ser um dos objectos mais brilhantes no céu nocturno, ou talvez mesmo o mais brilhante”, disse Kobelski.

Júpiter tem 53 luas já baptizadas, mas os cientistas acreditam ter detectado 79 luas no total. As quatro maiores — Io, Europa, Ganimedes e Calisto — são apelidadas de satélites galileanos. Foram baptizadas em homenagem ao homem que as observou pela primeira vez em 1610, Galileu Galilei. Em binóculos ou telescópios, os satélites galileanos devem aparecer como pontos brilhantes em ambos os lados de Júpiter durante a oposição. Enquanto a Terra demora cerca de 365 dias a orbitar o Sol, Júpiter faz uma rota mais tranquila ao redor da estrela, completando uma órbita a cada 4333 dias ou 12 anos terrestres.

A sonda espacial Juno, da NASA, que orbita Júpiter há seis anos, dedica-se a explorar o planeta e as suas luas. Juno começou a sua jornada em 2011 e chegou a Júpiter cinco anos depois. Desde 2016, a sonda fornece imagens e dados sobre a atmosfera de Júpiter, incluindo as suas estruturas internas, o campo magnético interno e a magnetosfera. Segundo a NASA, os cientistas acreditam que estudar Júpiter pode levar a descobertas revolucionárias sobre a formação do sistema solar.

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