Ucrânia avança no terreno e diz ter atravessado rio Oskil
Passagem do rio pode abrir caminho a um ataque às forças russas na região do Donbass
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As forças ucranianas proclamaram o controlo da “margem Leste” do rio Oskil na sua contra-ofensiva na região de Kharkiv (Carcóvia), no Nordeste do país – um avanço que abre potencialmente caminho a Lugansk, no Donbass.
“A região de Lugansk é já ali ao lado. A desocupação não está longe”, escreveu no Telegram Serhiy Gaidai, governador ucraniano da província, ocupada pela Rússia desde Julho depois de batalhas violentas, e que era desde 2014 a base para separatistas pró-russos.
O avanço da contra-ofensiva ucraniana deu azo a optimismo dos seus apoiantes. “Estão a derrotar a Rússia”, disse o Presidente norte-americano, Joe Biden, numa entrevista do programa 60 Minutes da CBS, no que a agência Reuters considera a sua afirmação mais forte de que é possível que a Ucrânia vença a guerra.
Biden definiu como vitória a retirada total russa do território ucraniano, e prometeu apoio a Kiev “enquanto for preciso”.
Gaidai disse ainda que as forças ucranianas tinham assumido o controlo total da cidade de Kreminna e da aldeia de Bilohorivka, que ficam em estradas no caminho de Lisichansk, cuja queda, em Julho, deixou a região de Lugansk sob controlo total russo. Na altura, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tinha prometido retomar o seu controlo quando tivesse mais e melhor armamento.
As forças ucranianas avançaram na zona de Kharkiv este mês, na sua contra-ofensiva que furou a linha da frente russa e levou à retirada de milhares de soldados russos, alguns abandonando carros de combate e munições. Mas, sublinha o diário norte-americano The New York Times, não há qualquer indicação de uma retirada em massa da Rússia, que está a reforçar as suas forças com reclusos a trocar a sua pena na prisão por tempo a combater, e por drones iranianos.
Nos últimos dias, o avanço ucraniano parece ter abrandado, mas Zelensky declarou que este não é um atraso mas sim uma pausa de preparação. “Talvez pareça a alguns de vocês que depois de uma série de vitórias estamos a ter uma espécie de trégua”, disse no domingo à noite.
“Mas não vai haver nenhuma trégua. Há uma preparação para a próxima série [de ataques na contra-ofensiva]. Porque a Ucrânia tem de ser livre. Toda a Ucrânia”, declarou.