Archie Lee Hooker leva os sons do Mississípi à quarta edição do Maia Blues Fest
Sobrinho de John Lee Hooker é um dos nomes do cartaz do Maia Blues Fest 2022, que abre as portas na próxima sexta-feira para as encerrar no domingo. Cinco concertos em três dias.
Teve a sua primeira edição em 2019 e nem a pandemia o travou: voltou nos dois anos seguintes, sempre em meados de Setembro (com as precauções sanitárias adequadas a cada momento) e agora está de volta com os habituais cinco concertos em três dias. O Maia Blues Fest, promovido pelo pelouro da Cultura da Câmara Municipal da Maia e produzido pela Trovas Soltas, tem, como é habitual, entrada livre (limitada à capacidade do espaço) e realiza-se no mesmo local que o viu nascer, o Auditório Exterior do Fórum da Maia. Começa na sexta-feira, às 18h e tem o último concerto no domingo, às 16h30.
A abertura, dia 16 às 18h, está a cargo do guitarrista algarvio Vítor Bacalhau, que se apresentará em trio (guitarra, baixo e bateria). Iniciado na música aos 15 anos, mudou-se depois para Londres, participando a partir daí em concertos e festivais de blues pela Europa (Portugal, Espanha, Bélgica, Noruega, Luxemburgo, Holanda). O seu mais recente registo discográfico é um EP, I Am Leaving (2019), com cinco canções.
Nesse mesmo dia, à noite (21h30) será a vez do norte-americano Archie Lee Hooker com a sua The Coast To Coast Blues Band. Sobrinho do lendário John Lee Hooker, Archie nasceu em Lambert, Mississípi, no dia de Natal de 1949. Rumando ao Norte, até Memphis, Tennesse, integrou primeiro um grupo de gospel, The Marvelous Five, até se apaixonar pelos blues. Segundo a sua biografia oficial, Archie viveu com o tio John Lee Hooker até à morte deste, em 2001, o que terá sido decisivo para abraçar os blues. Com o grupo que depois formou, The Coast To Coast Blues Band, Archie gravou um primeiro disco em 2018, intitulado Chilling, sendo o seu trabalho mais recente o álbum Living in a Memory, lançado em Abril de 2021, com temas como It’s a jungle out there, Blinded by love, Living in a memory, Nightmare blues ou Give it with a smile. Na Maia, Archie Lee Hooker actuará em quinteto: baixo, bateria, Hammond, guitarra e voz.
No dia seguinte, sábado 17, subirão ao palco (pelas 18h30) os calatães Wax & Boogie, grupo formado pela cantora Ster Wax e pelo pianista David Giorcelli, que se apresentará em quarteto, com bateria (Reginald Vilardell) e contrabaixo (Oriol Fontanals). Com influências de Kansas City, dos bluess texanos e do rhythm & blues dos anos 1950, têm quatro álbuns: Everynight (2014), Lost In A Dream - Milano Club Blues Nights (2014), Come With Me (2016) e 7 Years (2018), o mais recente, gravado com Drew Davies.
À noite, um regresso: os Budda Power Blues & Maria João, que já haviam tocado na edição inaugural, de 2019. Com dois álbuns gravados, The Blues Experience (2017) e The Blues Experience II (2021), prova da vitalidade da parceria Budda Power Blues com a cantora Maria João, estarão em palco Maria João (voz), Budda Guedes (voz, guitarras e teclados), Nico Guedes (bateria, percussão e vozes) e Carl Minnemann (baixo, contrabaixo e vozes). Este concerto, como no dia anterior, será às 21h30.
O Maia Blues Fest encerrará no domingo (às 16h30) com um projecto que também deriva dos irmãos Guedes, fundadores dos Budda Power Blues. Trata-se de Nico, Drums & Blues, que Nico Guedes criou com o intuito de, citamo-lo, promover “uma viagem por vários géneros do blues que datam desde 1920, passando por ritmos Shuffle, Swing, Rumba Blues, Bo Diddley’s, Rock & Roll, Slow Blues, Triplet Blues, Blues Rock, Flat Tire, e Chicago Shuffles, R&B assim como Blues mais contemporâneo”.
A primeira edição do Maia Blues Fest, em 2019, contou com Shanna Waterstown, Julian Burdock e Danny del Toro, Budda Power Blues & Maria João e Delta Blues Riders. Na de 2020 actuaram Peter Storm & The Blues Society, Veronica Sbergia Blues Quartet, The Dynamite Blues Band, Velma Powell & Bluedays e The Dixie Boys. E na de 2021 estiveram The Smokestackers, José Luis Pardo & The Mojo Workers, The Ragtime Rumours, Gisele Jackson and The Shu Shu’s e Portuguese Pedro.