Habitação, uma bomba-relógio
O que está em causa com a brutal redução de quartos destinados a albergar estudantes é uma punição inaceitável para eles e para as suas famílias.
Já se sabia que a imagem de sucesso de Portugal lá fora estava a criar uma bolha especulativa no mercado da habitação das grandes cidades que vedou um direito constitucional a milhares de jovens e famílias de rendimentos médios e baixos, forçando-os a viver cada vez mais longe do centro. Já se sabia que o impacte dos “vistos gold”, os “nómadas digitais”, os executivos das multinacionais ou os alunos de doutoramento com generosas bolsas de países ricos estavam a afastar os cidadãos nacionais das zonas mais apetecíveis. Sabia-se também que o aumento dos preços das casas e das rendas estava a impedir que professores, ou outros profissionais, pudessem trabalhar em Lisboa. Agora, sabe-se que o problema dos estudantes universitários ameaça tornar-se, este ano, numa bomba-relógio.
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