Sem a Rainha e sem a Europa

Todos merecemos, mesmo que por breves instantes, partilhar momentos de comunhão e identificarmo-nos com valores que estão hoje, talvez, demasiado em desuso.

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1. O desaparecimento da rainha levou-nos a uma viagem completa e inesperada pela história da Europa e do mundo desde a II Guerra até aos nossos dias. Fizemo-la através das imagens e dos magníficos textos que a imprensa britânica publicou nos últimos dias. Vimos a jovem princesa no balcão do Palácio de Buckingham, ao lado de Winston Churchill e dos seus pais, o rei George VI e a rainha Mary, acenando a uma multidão que festejava o dia da vitória sobre a Alemanha nazi. Cresceu com o seu país a lutar pela sua sobrevivência e a da Europa, contra a mais bárbara das agressões. Serviu o exército britânico como condutora (e mecânica) de camiões. Cumprindo o seu dever. Como a vimos, já frágil, a festejar o jubileu dos 70 anos de reinado, ao lado de Boris Johnson, o décimo terceiro sucessor do maior estadista do século XX, que haveria de servir de referência a todos os seus sucessores no n.º 10 de Downing Street, todos em busca de alguma inspiração, de algum momento que os transportasse para a história milenar de um pequeno reino europeu que chegou a dominar um império em que o Sol nunca se punha. A última imagem que retivemos dela foi a da sua mão estendida e o seu eterno sorriso para saudar a sucessora de Johnson, dois dias antes de desaparecer.

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