Disney vai expandir Disney+ para plataforma que mistura físico e digital
CEO da empresa promete uma plataforma onde cada utilizador poderá personalizar a experiência e, no caso da transmissão de eventos desportivos, “fazer parte da acção”.
O serviço de streaming Disney+ será expandido para uma mistura entre o físico e o digital, com experiências personalizadas, disse esta sexta-feira o CEO da Disney, Bob Chapek, na abertura do evento anual D23. “Estamos a imaginar um futuro em que o Disney+ não é apenas uma plataforma de streaming mas uma plataforma para as narrativas da próxima geração, que mistura o mundo físico e o mundo digital de formas que só a Disney consegue fazer”, afirmou o CEO, no arranque do evento, em Anaheim, Califórnia.
Parecendo aludir a uma espécie de versão Disney do metaverso – um universo com espaços virtuais 3D partilhados – Bob Chapek prometeu uma plataforma onde cada utilizador poderá personalizar a experiência e, no caso da transmissão de eventos desportivos, “fazer parte da acção”.
Lançada originalmente em Novembro de 2019, a plataforma Disney+ tem 221,1 milhões de assinantes e ultrapassou em Agosto a Netflix, que tem 220,6 milhões de subscritores pagos. “O nosso objectivo é revolucionar o entretenimento outra vez”, disse o CEO, num evento onde serão iniciadas as comemorações do centenário da Disney, fundada em 1923. “Vamos fazê-lo com a nossa criatividade sem comparação e excelência narrativa, com avanços tecnológicos incríveis e inovadores”.
O executivo revelou também que o novo campus dos Vingadores no parque California Adventure da Disneyland será alargado e irá “mergulhar de forma mais profunda no multiverso”. Os parques temáticos da empresa “irão quebrar as barreiras físicas e tecnológicas de hoje e criar experiências que desafiam a expectativa e explicação”, disse o CEO. Esta é a primeira D23 pós-pandemia, depois de um interregno de quase três anos, e Chapek prometeu a “maior e mais bombástica” de sempre.
O CEO falou no palco de um auditório completamente cheio, no Centro de Convenções de Anaheim, e chegou mesmo a aludir às recentes controvérsias em que a Disney se viu envolvida nos Estados Unidos. “A Disney não se tornou na instituição que é sendo cautelosa”, afirmou Chapek, elogiando a ousadia da empresa. As suas histórias, disse, oferecem “o escape para um mundo que celebra cada um por ser exactamente quem é, e os valores que o tornam único”.
Em Março, a Disney declarou oposição a uma lei na Florida que impede os professores de falarem de questões LGBTQ nas escolas. Dois dos mais recentes filmes da Pixar, Turning Red: Estranhamente Vermelho e Lightyear foram criticados por conservadores por incluírem temas como a menstruação e relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo.
Numa sessão de abertura com mais de duas horas, que incluiu uma performance ao vivo da música Não falamos do Bruno do filme Encanto, foram entregues os galardões aos novos distinguidos com o título de Lendas da Disney (Disney Legends).
Entre eles estiveram os atores Patrick Dempsey e Ellen Pompeo (Anatomia de Grey), Anthony Anderson e Tracee Ellis Ross (Black-ish), Kristen Bell, Idina Menzel, Jonathan Groff e Josh Gad (Frozen) e vários criativos históricos da empresa, como Chris Montan e Doris Hardoon. O evento D23, que reúne os maiores fãs da Disney de todo o mundo, decorre em Anaheim até este domingo.