A depressão Danielle evoluiu de furacão para ciclone extra tropical, uma tempestade mais típica nesta época do ano, e está a aproximar-se da Península Ibérica, segundo a trajectória prevista pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). A partir desta sexta-feira e até dia 13 de Setembro, pelo menos, prevê-se chuva, por vezes intensa e acompanhada de trovoada.

No próximo domingo chegará a Portugal continental uma “massa de ar quente e muito húmido, que deverá trazer precipitação persistente, por vezes intensa e ocasionalmente acompanhada de trovoada”, esclarece o IPMA. A passagem da Danielle sentir-se-á a partir da tarde no litoral Norte e Centro, “progredindo gradualmente para o interior e região Sul” na madrugada de 11 para 12 de Setembro.

Ainda que as trajectórias previstas apresentem “grande incerteza”, podendo sofrer alterações ao longo dos próximos dias, o instituto calcula que os dias seguintes continuem a ser de chuva forte e trovoada, pelo menos até terça-feira, dia 13.

O ciclone extra tropical também aumentará a agitação marítima, com ondas de oeste e noroeste entre os 2,5 e os 3,5 metros de altura. O vento também deverá ganhar força no início da próxima semana, com rajadas que poderão atingir os 70 quilómetros por hora nas terras altas.

Apesar das mudanças na ondulação e chuva por vezes forte e persistente, Alessandro Marraccini, meteorologista do IPMA, relembra: o fenómeno não é “extraordinário”, só poderá parecer estranho porque quase não choveu em Portugal durante os últimos seis meses.

Com todo o país em seca, severa ou extrema, o ano hidrológico de 2021/2022 é o segundo mais seco desde 1931, ou seja, desde que há registos, apenas ultrapassado pelo ano de 2004/2005.