Greenpeace bloqueia navio com gás russo na Suécia

Em comunicado, a rede de activistas apelou ao governo sueco para parar imediatamente a importação de gás natural liquefeito (GNL) russo. “Sabemos que todos os combustíveis fósseis da Rússia financiam a guerra”, argumentam.

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Organização tentou impedir a descarga de gás natural liquefeito russo na Suécia REUTERS/Hannibal Hanschke

A Greenpeace anunciou esta quinta-feira que conseguiu impedir um petroleiro de descarregar gás natural liquefeito russo (GNL) no terminal estatal finlandês Gasum em Nynashamn, na costa leste da Suécia.

Em comunicado, a rede de activistas ambientais apelou ao governo sueco para parar imediatamente a importação de GNL fóssil russo.

Na acção, terá sido usado um navio da Greenpeace bem como um grupo de activistas em caiaques para impedir o navio carregado de GNL da Coral Energy de atracar ainda fora da doca de carregamento, enquanto outros elementos desta organização subiram pelos guindastes utilizados para descarregar o gás.

“O facto de o gás fóssil russo ainda poder ser levado para a Suécia, mais de seis meses depois de (o Presidente Vladimir) Putin ter iniciado a sua invasão sangrenta da Ucrânia, é inaceitável. Sabemos que todos os combustíveis fósseis da Rússia financiam a guerra”, disse a Greenpeace na declaração.

A Europa respondeu à invasão com um impulso para o fornecimento de energia alternativa e uma série de sanções, incluindo a proibição das importações de petróleo e carvão da Rússia, mas os carregamentos de GNL russo não estão sujeitos a essas sanções.

O petroleiro aproximou-se do terminal de Nynashamn cedo na quinta-feira, mas deu meia volta e partiu novamente, de acordo com os dados de localização do navio Refinitiv Eikon. O navio carregou uma carga no porto de Vysotsk, na Rússia, em 4 de Setembro.

Um porta-voz da Gasum disse que o navio era operado pela Gasum. “O navio ainda está lá e à espera de chegar em segurança ao porto. A polícia local está lá para tratar do assunto”, disse a mesma fonte.

A Gasum é fonte da maior parte do seu GNL de outros países que não a Rússia, mas uma pequena parte é adquirida ao abrigo de um contrato vinculativo a longo prazo com a empresa russa Gazprom Export, confirmou.