Ataque ao jornal i é “mais um episódio deplorável” que “empobrece” a democracia, defende Ministério da Cultura

Esta quarta-feira, o jornal i não foi publicado em resultado de “repetidos ataques informáticos” que danificaram os seus servidores. Para o Ministério, “cada vez que um órgão de comunicação social é silenciado, a democracia empobrece”.

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O director do jornal i e Nascer do Sol será recebido sexta-feira no gabinete do ministro da Cultura Adriano Miranda

O Ministério da Cultura classificou de “mais um episódio deplorável” que “empobrece a democracia” o ataque informático que impediu o jornal i de ser publicado esta quarta-feira, garantindo acompanhar a situação “com muita preocupação e atenção”.

“O ministro da Cultura lamenta que o jornal i não tenha saído hoje para as bancas, mais um episódio deplorável em que um órgão de comunicação social é alvo de ataques informáticos”, lê-se numa nota divulgada pelo ministério.

“Trata-se de uma situação lesiva dos valores de uma sociedade plural, que o ministério da Cultura acompanha com muita preocupação e atenção”, sustenta, acrescentando que “cada vez que um OCS [órgão de comunicação social] é silenciado, a democracia empobrece”.

Também nas redes sociais, o Ministério aproveitou para partilhar as considerações acerca do episódio em nome do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva.

De acordo com a tutela, o director do jornal i e Nascer do Sol, Mário Ramires, será recebido na sexta-feira no gabinete do ministro da Cultura, numa reunião que contará também com a presença do director da Inspecção-geral das Actividades Culturais (IGAC), Luís Silveira Botelho.

O jornal i não foi publicado esta quarta-feira, em resultado de “repetidos ataques informáticos” que danificaram os servidores da publicação e do Nascer do Sol, segundo um comunicado divulgado na terça-feira à noite.

“O jornal i não poderá ser publicado esta quarta-feira, não sendo possível prever quando será retomada a sua edição”, lê-se na nota, que dá conta de que, “nos últimos dias, os servidores do i e do Nascer do Sol têm sofrido repetidos ataques informáticos que inviabilizam o trabalho da redacção e de todos os departamentos da empresa”.

“A edição online mantém-se, não obstante poderem vir a verificar-se algumas limitações no seu funcionamento regular”, disse o grupo.

De acordo com a mesma nota, “já foi feita participação às entidades competentes, depois de uma primeira queixa feita à Polícia Judiciária na sequência de um primeiro ataque de ‘ransomware’ no passado mês de Junho”, tendo o director dos jornais, Mário Ramires, solicitado “uma audiência urgente ao Ministério da Cultura, com a tutela da comunicação social, que já está a acompanhar esta situação”.

“A direcção dos jornais lamenta desde já o prejuízo causado aos leitores, nomeadamente aos assinantes”, conclui.

Nos últimos meses, vários órgãos de comunicação social têm sido alvo de ataques informáticos, incluindo a Impresa, dona do Expresso e da SIC, e a agência Lusa.