Uma cidade nos Países Baixos deverá tornar-se a primeira no mundo a proibir anúncios de carne em espaços públicos, para tentar reduzir o consumo e as emissões de gases com efeito de estufa. A medida deverá entrar em vigor a partir de 2024 — a espera deve-se aos contratos existentes com os produtores de carne.
Assim, vão deixar de ser permitidos anúncios nos autocarros e ecrãs de espaços públicos de Haarlem. Esta medida levou a que indústrias do sector da carne se queixassem de que o município “vai demasiado longe ao dizer às pessoas o que é melhor para elas”, lê-se num artigo do The Guardian.
A medida, criada por Ziggy Klazes, conselheira do partido GroenLinks, a esquerda verde holandesa, tem criado divisão entre os cidadãos. O partido de direita Belang van Nederland (BVNL) chamou-lhe “uma violação inaceitável da liberdade empresarial” e disse que “seria fatal para os suinicultores”, de acordo com a BBC News.
A medida abrange ainda voos de lazer, combustíveis fósseis e carros que não sejam eléctricos.
Uma investigação da organização não-governamental Greenpeace mostra que para atingir o objectivo da União Europeia (UE) de emissões líquidas zero até 2050, o consumo de carne deve ser reduzido a 24 quilogramas por pessoa, por ano, em comparação com a média actual de 82 quilos da UE e de 75,8 quilogramas nos Países Baixos, o maior exportador de carne da UE.