Comissão Europeia garante mais 170 mil doses de vacinas contra a varíola-dos-macacos

No total, são já mais de 330 mil doses de vacinas contra a varíola-dos-macacos contratualizadas pela Comissão Europeia.

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Portugal recebeu apenas 2700 doses no final de Junho, decorrentes da primeira aquisição conjunta da Comissão Europeia REBECCA NOBLE/REUTERS

A Comissão Europeia contratualizou mais de 170 mil doses de vacinas contra a varíola-dos-macacos. O anúncio desta terça-feira reforça a possibilidade de avançar com a vacinação preventiva na maioria dos países europeus, apesar de ainda não se saber como será feita a distribuição das mesmas. A comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, adianta em comunicado que as novas doses estarão disponíveis antes do final deste ano.

Numa fase em que os casos confirmados de varíola-dos-macacos (monkeypox ou VMPX) têm diminuído, a compra das vacinas de terceira geração da farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic juntam-se às primeiras compras conjuntas da Comissão Europeia: 110 mil doses no final de Maio e 54 mil em Julho. No total, são já mais de 330 mil doses compradas.

Na primeira acção conjunta de aquisição de vacinas, Portugal recebeu 2700 doses (a única entrega feita até à data). No entanto, este número tem vindo a ser considerado “limitado” ou “escasso” pela Direcção-Geral da Saúde (DGS), face à intenção de avançar com a vacinação preventiva – um alargamento que permitiria imunizar pessoas com múltiplos parceiros sexuais. Uma das opções que tem sido discutida e já recomendada pela Agência Europeia do Medicamento é a administração intradérmica, que permitirá vacinar mais pessoas por frasco.

Esta limitação no acesso às vacinas deve-se ao modo como foram divididas entre os estados-membros: “Como as doses foram distribuídas per capita – os países maiores tiveram mais doses e os mais pequenos menos, independentemente da dimensão dos casos que estão a sofrer”, comentava Margarida Tavares, porta-voz da DGS para este surto, em declarações ao PÚBLICO no final do mês de Julho.

Margarida Tavares adiantava ainda a hipótese de que as vacinas não utilizadas poderiam ser redistribuídas pelos países mais necessitados. Para já, essa opção não avançou. Há mais 170.920 doses de vacinas que poderão vir a ser distribuídas, novamente, de acordo com a população – o que poderá garantir cerca de mais 4000 vacinas em Portugal.

“Apesar de termos visto o número de casos de VMPX a cair na União Europeia ao longo das últimas semanas, a ameaça ainda não passou e não podemos baixar a guarda. Devemos manter os esforços para proteger os nossos cidadãos, especialmente os mais vulneráveis”, lê-se no comunicado da comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides.

Neste momento há mais de 52 mil casos confirmados em todo o mundo, a esmagadora maioria em países em que o vírus não está habitualmente presente. No continente europeu a tendência é, ainda assim, de decréscimo. Portugal, por exemplo, registou na última quinta-feira a semana com menor número de casos desde o final de Junho – mais 25 casos, somando 871 desde Maio.

O director da Organização Mundial da Saúde para a Europa afirmou mesmo que “podemos eliminar a transmissão entre humanos” da doença nesta região do globo.

A principal preocupação é, nesta fase, o continente americano, em que Estados Unidos (20.733 casos confirmados) e Brasil (5409) têm disparado o número de infecções registadas.

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