Empresário alemão pilotava o jacto particular que caiu no Báltico
O jacto de registo austríaco partiu do aeroporto de Jerez de la Frontera, em Espanha, com destino a Colónia. Despenhou-se ao largo da Letónia depois de sofrer uma alegada despressurização da cabine. A família do empresário ia a bordo.
O jacto privado que se despenhou no domingo no mar Báltico, ao largo da Letónia, depois de um voo errático de quase cinco horas era pilotado por um proeminente empresário alemão, proprietário da companhia aérea Quick Air, sediada em Colónia.
A aeronave Cessna, com Karl-Peter Griesemann, de 72 anos, aos comandos, transportava mais três pessoas pessoas: a mulher e a filha do empresário e ainda o namorado da jovem, segundo o jornal alemão Express, citado pela Reuters.
Griesemann era dono da Quick Air, empresa especializada em voos privados e foi esta mesma que confirmou a identidade dos ocupantes do avião. “Posso confirmar que era o jacto particular do nosso proprietário, Karl-Peter Griesemann”, disse um porta-voz da Quick Air. A causa do acidente ainda não é conhecida.
De acordo com o site FlightRadar24, o jacto de registo austríaco Cessna 551, com matrícula OEFGR, levantou voo às 14h56 (13h56 em Lisboa) do aeroporto andaluz de Jerez de la Frontera, no sul de Espanha. Terá partido com destino a Colónia, na Alemanha.
O El País refere que a aeronave comunicou que sofrera uma despressurização da cabine quando atravessava o espaço aéreo francês, o que poderá estar na causa do acidente. Alguns especialistas sugeriram que a família pode ter ficado inconsciente devido aos baixos níveis de oxigénio.
Por seu lado, o serviço de controlo de tráfego aéreo de Espanha, ENAIRE, afirmou ter perdido o contacto com a aeronave no espaço aéreo acima de Toledo, uma hora depois de a aeronave descolar.
Foi o serviço de resgates da Suécia - que enviou barcos de resgate, aviões e um helicóptero para o local do acidente - a partilhar a localização dos destroços.
Um porta-voz da organização afirmou: “Ficámos a saber que o avião caiu no oceano, a noroeste da cidade de Ventspils, na Letónia”. “Simplesmente desapareceu do radar”, afirmaram. O jacto fez duas mudanças de rota, uma em Paris e outra Colónia, antes de seguir em linha recta em direcção ao Báltico, passando perto da Gotlândia, a maior ilha sueca.
Antes de se despenhar, o jacto tinha sido acompanhado por caças da Alemanha e da Dinamarca, na altura em que passou pelo espaço aéreo desses países. Ambos falharam em estabelecer contacto com o Cessna e não avistaram pessoas no cockpit, de acordo com Johan Wahlstrom, da Administração Marítima Sueca, o que pode indiciar que os passageiros já não estavam conscientes nesta altura.
O voo foi listado no FlightRadar24 como estando rapidamente a perder velocidade e altitude às 19h37 (18h37 em Lisboa). O site deixou de receber informações quando a aeronave seguia a 2100 pés (640 metros), bem longe da altitude de 36 mil pés (cerca de 10.900 metros) programados para a rota.
“Soubemos que o avião se despenhou (no oceano) a noroeste da cidade de Ventspils, na Letónia”, avançou um porta-voz dos serviços de salvamento da Suécia. “Desapareceu do radar”, referiu. A aeronave foi acompanhada no espaço aéreo sueco até esgotar o combustível, já em trajectória descendente.
Durante a noite, a Letónia enviou navios para o local do acidente e pediu à vizinha Lituânia o destacamento de um helicóptero da força aérea para busca e salvamento, segundo um porta-voz da Força Aérea lituana. A mesma fonte tinha adiantado que um caça da missão de policiamento aéreo da NATO no Báltico tinha levantado voo do aeródromo de Amari, na Estónia, para acompanhar o jacto. Não avançou, no entanto, mais detalhes sobre a situação.