Gorbatchov foi a enterrar sem funeral de Estado e sem a presença de Putin

Quem não deixou de estar presente no funeral do antigo líder soviético, que morreu na terça-feira aos 91 anos, foi o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.

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A famosa fotografia de Mikhail Gorbatchov usada nas exéquias Reuters/EVGENIA NOVOZHENINA
O primeiro-ministro húnfgaro, Viktor Órban, prestando a sua homenagem
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O primeiro-ministro húnfgaro, Viktor Órban, prestando a sua homenagem ALEXANDER ZEMLIANICHENKO/EPA
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O antigo Presidente russo Dmitri Medvedev EPA/EKATERINA SHTUKINA/SPUTNIK/KREMLIN POOL / POOL
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A guarda de honra junto ao caixão Reuters/POOL
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A filha de Gorbatchov, Irina Reuters/POOL
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Tal como o império soviético parecia um império sólido quando Mikhail Gorbatchov assumiu o poder, mas revelou-se como um gigante de pés de barro, o funeral do antigo líder da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas teve todas as características de funeral de Estado só que não foi um funeral de Estado.

Como disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, “tem elementos de funeral de Estado”, nomeadamente a guarda de honra e a câmara ardente ter sido instalada no Salão dos Pilares da Casa dos Sindicatos, a mansão icónica junto ao Kremlin usada para os funerais de Estado desde o tempo da União Soviética.

Mas o facto de o Presidente russo, Vladimir Putin, não poder estar presente por dificuldades de agenda e a exigência de convidar chefes de Estado estrangeiros caso fosse mesmo um funeral de Estado, levou Moscovo a preparar as exéquias com todas as honras dadas aos Presidentes mortos, mas sem a classificação oficial.

Num elogio fúnebre escrito, Putin descreveu Gorbatchov como alguém que teve “um enorme impacto no curso da história mundial” e que, ao perceber a necessidade de reformas na União Soviética, “tentou oferecer as suas soluções para os problemas graves”. Putin passou na sexta-feira pelo caixão, deixou um ramo de flores e manteve-se em silêncio durante algum tempo junto aos restos mortais do seu antecessor no Kremlin.

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, foi o único que fez questão de estar presente em Moscovo para a última homenagem ao homem que deu os passos para a desagregação da União Soviética e da Cortina de Ferro, permitindo que os húngaros também pusessem fim ao seu Governo comunista.

Orbán, que já era um dos mais pró-Moscovo dos líderes europeus e que desde a invasão russa da Ucrânia tem sido um dos mais relutantes na aplicação de sanções à Rússia, não se vai encontrar com Putin durante a sua visita. A informação foi adiantada à agência RIA Novosti pelo porta-voz do Kremlin.

A delegação húngara foi a mais proeminente das presenças entre os milhares de pessoas que prestaram homenagem ao antigo Presidente soviético, falecido na terça-feira, aos 91 anos, e enterrado este sábado no cemitério Novodevichy, de Moscovo, ao lado da sua mulher, Raísa, tal como era seu desejo.

A mais alta figura russa a passar pela Casa dos Sindicatos foi Dmitri Medvedev, o antigo Presidente russo (2008-2012) que actualmente é vice-chefe do Conselho de Segurança da Rússia.

Milhares de pessoas esperaram duas horas para poder passar junto ao caixão de Gorbatchov, junto ao qual estavam a filha, Irina, e as duas netas, e prestar a sua homenagem. Vários embaixadores também honraram o falecido Presidente, entre eles os dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Alemanha.

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