Siderúrgica Megasa suspende produção no período nocturno devido aos preços de energia

A empresa revelou que o aumento dos preços da electricidade e gás natural “tornam a actividade insustentável”, mas adiantou que está a trabalhar com o Governo para ultrapassar a situação.

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A Megasa revelou que a produção está parada entre dez e 14 horas por dia NUNO FERREIRA SANTOS/ Arquivo

A siderúrgica Megasa voltou a suspender a produção, desta vez no período nocturno, para fazer face aos preços da electricidade e gás natural “que tornam a actividade insustentável”, tendo proposto medidas ao Governo para mitigar estes custos.

Fonte oficial do grupo, dono da Siderurgia Nacional, deu conta que a “crise energética” está “a afectar o sector siderúrgico, em particular, a Megasa (Seixal e Maia)”.

Assim, “a produção encontra-se parada no período nocturno (entre dez e 14 horas diárias) devido aos preços da electricidade e do gás natural que tornam a actividade insustentável no imediato. Não é uma decisão que a empresa tome de ânimo leve, mas o contexto assim o determina”, destacou.

A mesma fonte realçou que a empresa se encontra “a trabalhar com o Governo para encontrar soluções que permitam ultrapassar esta situação”. “Aliás, a Megasa tem vindo a alertar o executivo para as dificuldades actuais, antecipando os riscos para as fábricas e para a economia nacional”, realçou.

O grupo propõe assim um “pacote de medidas” que “já não é novo”, mas insiste que é este o caminho, nomeadamente a “realização de leilões de PRE [produção em regime especial] especificamente para a indústria “electrointensiva"”, a “aplicação do sistema de compensação de custos indirectos de dióxido de carbono com valores similares aos países” concorrentes, a “aplicação do ajuste do mecanismo ibérico em base diária (e não horária)” e a “viabilização urgente do projecto de autoconsumo fotovoltaico de 85 MW [megawatts] nos terrenos de titularidade pública na envolvente da SN Seixal”.

A empresa indicou ainda que está sempre disponível para o diálogo e irá a uma reunião, cuja data ainda aguarda, “com o objectivo de encontrar, com o Governo as melhores soluções para o país e para a indústria que, no caso da Megasa, contribui com mil milhões de euros para as exportações nacionais”.

Em Março, Megasa suspendeu a actividade nas fábricas do Seixal e da Maia devido ao aumento dos preços da electricidade, da qual é o principal consumidor em Portugal.

Num comunicado nessa altura, a dona da Siderurgia Nacional referia que “o agravamento da crise energética provocada pela guerra e o consequente aumento radical dos preços de electricidade e de gás natural levaram a Megasa a suspender actividade nas fábricas do Seixal e da Maia”, precisando que a paragem afectou “a totalidade da actividade produtiva na Maia e a produção de aço no Seixal”.

A empresa retomou a produção algumas semanas depois, tendo antecipado “a paragem anual que costuma fazer durante o Verão”, referiu. Ou seja, os trabalhadores gozaram um “período de férias” e, por isso, não ficaram em lay-off.