Após ver tribunal dar-lhe razão, Técnico revoga desfiliação na federação
A Associação de Estudantes do Instituto Superior Técnico enviou uma carta à Federação Portuguesa de Rugby para revogar desfiliação, mantendo a inscrição.
A Associação de Estudantes do Instituto Superior Técnico (AEIST) pediu à Federação Portuguesa de Râguebi (FPR) para revogar o pedido de desfiliação enviado em Agosto, revelou neste sábado, em comunicado, o clube de râguebi lisboeta.
O organismo estudantil tinha denunciado o protocolo com o Clube de Rugby do Técnico em Maio e pediu formalmente a desvinculação da FPR numa carta datada de 09 de Agosto, mas em 29 do mesmo mês solicitou “a revogação da desfiliação, mantendo a inscrição de pleno direito na FPR”, adiantaram os ‘engenheiros’.
O Técnico revelou ainda que “a AEIST refez o protocolo com o Clube de Rugby do Técnico, cedendo-lhe todos os direitos desportivos, que pertencem agora ao clube”.
Nesse sentido, o Técnico afirma que “irá disputar todas as competições da FPR e, naturalmente, a Divisão de Honra”, após o Tribunal Arbitral do Desporto ter anulado as decisões do Conselho de Disciplina (CD) e da direcção da FPR, que desclassificaram e despromoveram a AEIST ao último escalão competitivo nacional.
O Técnico disputava as competições seniores da FPR sob a designação de AEIST, que mantinha a sua filiação na FPR, de acordo com o protocolo que estava em vigor entre as duas instituições até à denúncia por parte da AEIST, em Maio, e posterior pedido de desfiliação da FPR.
Apesar de a FPR ter informado, aquando da decisão do TAD, que iria recorrer, o presidente do Técnico disse hoje à agência Lusa que o eventual recurso federativo “não tem efeitos suspensivos” sobre a decisão do TAD e que, nesse sentido, o Técnico deve ser imediatamente “reintegrado” em todas as competições nacionais de seniores na época 2022/23.
Contactado pela Lusa, o presidente da FPR limitou-se a dizer que “tudo está a ser encaminhado juridicamente e desportivamente”, remetendo para a próxima semana mais esclarecimentos sobre o tema.
Em 20 de Abril, o Conselho de Disciplina da FPR considerou procedente um protesto do CDUL que alegava que o Técnico tinha utilizado nove jogadores de forma irregular no encontro entre as duas equipas, em 23 de Março, infringindo o artigo 37.º, n.º 1 a) do Regulamento de Disciplina.
Dez dias depois, em 30 de Abril, a direcção da FPR decidiu aplicar a decisão do CD, após receber um recurso do Técnico, desclassificando os, então, ainda campeões nacionais e despromovendo-os ao último escalão competitivo português.
O Técnico recorreu para o Conselho de Justiça da FPR, que, em 06 de Maio, considerou improcedente o recurso, num despacho em que revelava, ainda, que os ‘engenheiros’ teriam já recorrido da decisão também junto do TAD.
Em 18 de Agosto, de acordo com informação avançada pelo Técnico, o TAD anulou as decisões da direcção da FPR e do seu Conselho de Disciplina, mas o organismo que superintende a modalidade em Portugal anunciou, no mesmo dia, que “deverá recorrer” para as instâncias superiores.
O Técnico é um dos clubes históricos do râguebi português, tendo sido fundado em 1963.
Com sede nas Olaias, os ‘engenheiros’ somam, a nível sénior, três títulos de campeões nacionais (1981, 1998 e 2021), quatro Taças de Portugal (1969, 1971, 1973 e 1994) e uma Supertaça (1994).