Há 100 anos: linha de cor e “colonização-crime” em Mário Domingues
Mário Domingues foi o primeiro autor em Portugal no século XX, e também um pioneiro a nível internacional, no pensamento sobre a condição política, social e psicológica dos negros e associada à escravatura e à colonização. Na década de 1920, foi o mais importante precursor de um novo ideário, alinhado com as mais clarividentes figuras do movimento negro internacional, contra o racismo e a colonização. Passou um século da publicação da sua série de artigos, intitulada “Para a História da Colonização Portuguesa”, no diário A Batalha. Nos 22 textos que compõem este conjunto, o então jovem cronista – 23 anos a 3 de julho de 1922 – denunciou a desigualdade de direitos civis, políticos e sociais das populações negras africanas colonizadas, acompanhou a perspetiva da “linha de cor” de Du Bois, legou-nos o conceito da “colonização-crime” e defendeu uma conceção confederal para a libertação de África de acordo com o prisma anti-nacionalista, internacionalista e anti-capitalista próprio das suas convicções libertárias.
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