Que jantar é este na Comporta que custa 1800 euros por pessoa?
No Sublime Comporta, 12 pessoas vão ter um jantar “exclusivo e único”, ao luar, com o chef Hélio Gonçalves a assinar um menu com mais de dez etapas. Mas o protagonista da noite será, na verdade, o que se vai beber: champanhe Boërl & Kroff. E um Madeira de 1927... Já está esgotado.
Certamente haverá mais estrelas no céu na noite de 17 de Setembro, mas durante o jantar ao luar que acontecerá no hotel Sublime Comporta, em Grândola, todos os olhos estarão virados para uma em especial: o champanhe Boërl & Kroff.
A preciosidade é tal que 12 pessoas já tiraram do bolso um valor superior a dois salários mínimos em Portugal (1800 euros, para sermos precisos) para marcar presença. Mas claro está que o valor do jantar não se deve apenas à bebida (embora não surpreendesse quando se olha para o seu preço de venda: há referências à venda à volta dos 4000 a 5500 euros, por exemplo no supermercado Apolónia). Será toda uma “experiência exclusiva e única”, diz ao PÚBLICO Alexandra Henriques, directora de marketing do Sublime Comporta. O evento contemplará factores como o espaço, o menu de degustação, que foi criado especialmente para acompanhar o champanhe, e a companhia.
O jantar, marcado para as 20h, decorrerá no Food Circle deste hotel de luxo, que é “uma estrutura para 12 pessoas” (cujos lugares rapidamente se esgotaram) com o jardim e a horta biológica do hotel como pano de fundo. Tal como o nome do lugar sugere, as pessoas ficarão dispostas em círculo enquanto o chef Hélio Gonçalves, que passou por um restaurante com uma estrela Michelin em Singapura, estará no centro a preparar ao vivo a refeição, que terá entre 12 e 14 etapas (mais detalhes sobre o menu não puderam ser revelados). Com métodos de cozinha ancestrais, ou seja, “em fogo, à frente do público”, sublinha Alexandra Henriques.
A proximidade proporcionada neste Food Circle também será aproveitada para se criar um momento de partilha. “É tudo cozinhado no centro e servido aos clientes com as explicações, tanto dos vinhos como do que estão a degustar na altura”, nota a directora de marketing, que explica que o Food Circle ocorre regularmente, de terça a sábado, mas num ambiente não tão elevadamente sublime e a um preço mais baixo (195 euros). O restaurante é cobiçado de tal forma que chega a haver uma lista de espera de dois meses.
No dia 17, decerto que o protagonista da conversa será o Boërl & Kroff, um champanhe que “está numa categoria só dele, concordam os melhores especialistas do mundo”. Assim escreve a empresa no seu site oficial, acrescentando que com ele quer evocar “uma declaração de amor à França e à arte de viver”.
A par do champanhe, no final também será servido um vinho Madeira de 1927, que é “o menos conhecido” de entre os digestivos portugueses apesar da sua “imensa qualidade”, refere Alexandra Henriques.
À mesa, muitos clientes do Sublime Hotel também costumam mostrar interesse na aposta na sazonalidade e na produção local que o hotel tanto preza. Isto porque todos os ingredientes utilizados nos jantares do Food Circle vêm de produtores locais ou então do próprio jardim biológico do hotel. Trata-se de uma “verdadeira experiência farm to table”, realça a responsável. “Há um grande trabalho a ser feito para tentar reduzir a pegada ecológica ao máximo e impulsionar a economia da zona”.
Por fim, falta referir a companhia, que também tem o seu peso neste jantar de luxo. Entre as 12 pessoas, das quais cinco são portuguesas, estará o próprio produtor responsável pela Boërl & Kroff, Stephane Sésé, assim como o embaixador da marca em Portugal, Cláudio Martins.
Como resume, realisticamente, Alexandra Henriques, “é um jantar muito vocacionado para um público de luxo”. Definitivamente, “não é para toda a gente”.