Julian Draxler vai ser jogador do Benfica até ao final da temporada. O médio-ofensivo, uma “truta” do futebol europeu, chega ao Benfica pela “cortesia” do PSG, que aceitou emprestar o jogador até ao final de 2022/23, assegurando, provavelmente, parte dos sete milhões líquidos que o alemão aufere – só assim um jogador desta craveira entraria no plantel de um clube português.

O movimento da contratação de Draxler, anunciado na quarta-feira e confirmado nesta quinta-feira pelo Benfica, é semelhante ao que o Sporting fez em 2021/22 com Pablo Sarabia, também ele um jogador bem acima da realidade salarial portuguesa, mas a querer um clube de Liga dos Campeões onde pudesse escapar à “sobrepopulação” do plantel do PSG – sobretudo nas posições ofensivas.

Em rigor, Sarabia e Draxler encarnam até um paradigma curioso: em 2021/22, o PSG preferiu ficar com o alemão, “dando” o espanhol ao Sporting. Em 2022/23, preferiu escolher o espanhol, “dando” o alemão ao Benfica.

Em ano de Mundial em Novembro e Dezembro, Draxler, de 28 anos, chega ao Benfica com alguma pressa para se afirmar, já que o “comboio” da selecção alemã lhe fugiu nos últimos meses, condicionado por problemas físicos.

Na Luz, poderá ser uma opção em qualquer das três posições que o 4x2x3x1 de Roger Schmidt tem atrás do ponta-de-lança. Ainda assim, o mais provável é que compita com João Mário por um lugar na meia-esquerda, com movimentos de fora para dentro, e que possa vir a ser, se necessário, uma alternativa a Rafa em posições mais interiores – essa, sim, a posição que, em tese, mais convém ao criativo alemão.

Seja qual for a ideia de Schmidt, Julian Draxler vai oferecer não só técnica, condução de bola entre linhas, robustez física e categoria no último passe, mas também bastante polivalência – algo que o Benfica também já tinha procurado com Ricardo Horta e Kamada, ambos capazes de desempenharem vários papéis no ataque.

No meio de tantos pontos positivos há, ainda assim, um detalhe a enevoar as probabilidades de sucesso desta contratação. Draxler tem tido vários problemas físicos (falhou cerca de 70 jogos nas últimas cinco temporadas) e vem até de uma cirurgia ao joelho – não joga desde Março.

O fulgor físico do alemão é, portanto, uma incógnita, bem como o real valor actual de alguém cuja última temporada verdadeiramente forte foi já em 2018/19.